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Guilhermina levantou lentamente o copo em
direcção à boca e, quando estava prestes a entorná-lo na garganta, eis que o
Mauro invade a sala e grita com um sorriso nos lábios:
— Guilhermina, meu Amor! Te amo.
Até aquele copo que se encontrava na mão da
Guilhermina tomou um enorme susto e perdeu os sentidos objectais soltando-se ao
chão e transformando-se em estilhaços numa fracção de segundos.
— Desgraçado, queres me matar de susto?
Como é que entras aqui gritando de qualquer maneira? – Pegando seu coração
Guilhermina acrescentou. — E tu sabes muito bem que tenho problemas de coração!
- Afirmou Guilhermina com as mãos tremulas e transpirando de forma anormal.
— Desculpa minha princesa, não era o meu
intento tentar matar-te de susto, queria apenas fazer uma surpresa. – Expôs
Mauro enquanto se aproximava da Guilhermina.
— Fazer surpresa aos cambaus pha! Imagines
só se a minha pessoa tivesse caído ao chão com uma travagem cardíaca? Seu
assassino!! Quase morria de susto por tua culpa! – Recrutou a Guilhermina toda
assustada enquanto apanhava os estilhaços do copo.
Mauro inclinou-se rapidamente ao chão para
ajudar a Guilhermina retirar os estilhados do copo do chão e, num toque súbito,
as suas mãos cruzaram-se ao tocarem os mesmos estilhaços e, seus lábios
avizinharam-se lentamente.
— Mauro, deixa-me amaldiçoar seus lábios
com os meus pecaminosos gomos e levar-te ao inferno dos beijos. – Levantando-se
de forma romântica com as mãos ainda conectadas ao Mauro disse: — Toque com as
suas poderosas mãos a este corpo que chora dia e noite pelo seu eterno amasso.
— Estava louco para prender seus lábios na
prisão dos meus desejos, fazer-te prisioneira dos meus encantos, transformar a
sua tanguinha num pano molhado de prazeres e descarregar toda a minha energia
libidinal em seu corpo de mulher perfeita. - Respondeu Mauro.
Aos beijos e leves arranhões pelo corpo,
Mauro transformou suas mãos num verdadeiro alpinista sexual, escalando
vagarosamente as montanhas que vivem no peito da Guilhermina e desregulando a
sua respiração normal.
Enquanto isso, as mãos da Guilhermina
encontravam-se numa perseguição sem trégua pelos escombros das calças do Mauro,
tentado deter o leopardo mais perigoso do corpo masculino que se enfurecia a
cada toque e beijo da Guilhermina.
— Ahhhhhhhhhhh!! Não faça isso, Katango –
Ouvia-se do Mauro ao sentir um leve toque de inercia em seu leopardo.
Calcinhas e cuecas penduradas no sofá,
vestido e calças espalhadas pelo chão da sala, Mauro carregou a Guilhermina
devagar e deixou-a no sofá numa posição de corrida de estafeta.
Segurou fortemente no seu leopardo com
dentes bem afiados e mandou-o atacar sem perdão a onça africana que não parava
de chorar de tanto medo de ser trincada viva.
Foram horas e horas de muita luta entre as
suas pernas que transformavam aquela luta de felinos, num combate de prazer
coberto de tiroteios de balas de fluidos orgânicos em seis rounds que só parou
quando os dois ficaram ressoados e cansados.
— Foi bom? - Questionou o Mauro.
— Foi maravilhoso! Não sabia que eras tão
felino assim na cama. – Comentou a Guilhermina com um olhar sorridente e de
quem estava leve.
— O meu leopardo não brinca em caças
furtivas sexuais. – Sua onça também é uma verdadeira assassina. Deixou-me sem
forças no último round e esgotou a minha gasolina branca. – Respondeu Mauro com
um sorriso nos lábios e beijando novamente a Guilhermina.
— Mauro, hoje tu vais dormir comigo. Quero
mais uma sessão extraordinária na assembleia geral da minha cama, vamos
discutir algumas questões políticas nostálgicas que rodeiam as nossas pernas. –
Pediu Guilhermina.
Mauro levantou e sentou-se na cadeira sofá
dizendo:
— Mas eu não tenho roupa para mudar-me. Tu
rasgaste as minhas calças quando as retiravas. Preciso ir à casa levar as
minhas roupas.
Guilhermina puxou o Mauro para se deitar no
sofá novamente e disse:
— Não se preocupe amor. Aqui tem as calças
do meu falecido marido, podes usar e amanhã iremos à minha loja para levares
tudo quanto é roupa para ti. Enquanto tu fores meu namorado, não vais precisar
de roupas antigas.
Mauro ficou feliz ao ouvir aquelas
palavras, mas disfarçou com um sorriso sarcástico dizendo:
— Nada meu amor, não quero nada seu, além
do seu amor. Comprarei tudo com o meu sacrifício.
Guilhermina pegou as bochechas do Mauro e
respondeu:
— Deixa de ser orgulhoso homem, vai levar
sim. Afinal de contas, tudo que é meu também é seu. :)
Meque Raul Samboco, 2017.
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