Por: Fernando Banze
1. Você
sente-se incomodado quando seu colega discursa demoradamente com o professor na
sala de aula –
nos primeiros dias, geralmente não sabemos quem é quem numa turma, neste
cenário o que reina é o espírito competitivo com vista a destacar-se perante o
professor ou nos colegas. Outros têm habilidades de retórica, outros não. Os
que não têm fazem um esforço danado para poder expressar-se diante da turma, e
pela experiência que tenho, essas pessoas não conseguem colocar suas ideias de
forma retórica e demorada. São os colegas que falam em menos de 1 minutos e as
suas ideias resumem-se na "causa-efeito", ou seja, para explicar uma
ideia limitam-se em dizer "isto é assim, por causa de…"
Já os mestres da retórica, os que têm habilidades de
expressar suas ideias, fazem de forma brilhante e se possível são detalhistas
para mostrar que estudaram até ao fundo a questão em debate.
Infelizmente, “quem come da maçã sempre é expulso de
algum paraíso”, por isso gera um incómodo nos outros colegas quando vêem o
habilidoso da retórica a esgrimir suas ideias de forma demorada perante uma
"plateia" cheia de professores e colegas.
·
Recomendação
Diagnostique-se, quando a luz do seu vizinho afectar a
sua casa, pode ser que a sua luz tenha-se fundido.
2. Falar de
forma feia de um colega no intervalo – amigos, eu também já fui/sou estudante, sei muito bem
o quão fofocamos daquele estudante que se mostra inteligente nos primeiros dias
de aulas.
Injustamente julgamos essas pessoas como arrogantes, orgulhosas,
teimosas, etc. O certo é que geralmente essas nossas fofocas no período de
intervalo são falsas, são apenas um escape que procuramos para justificar
nossas franquezas.
Em bom rigor, todos nós gostaríamos de ser aquele colega
que é objecto de debate na sala de aula ou nos intervalos. Não diga "nhô",
porque sei que é verdade.
3. Fingir que
o colega inteligente não faz diferença na sala – grande mentira, na sala de
aula há uns que fingem que o colega inteligente não faz diferença tanto
presente quanto ausente. Meus caros, é preciso dar ao César o que é de César.
Essa nossa indiferença mascarada perante a ausência do colega
"inteligente", não faz de nós merecedores do título de melhor aluno
da turma. É preciso respeitar e saber de forma crua que existe uma grande
diferença na sala de aula quando o colega inteligente está ausente.
4. Tornar
confusas as ideias do colega inteligente – em uma exposição de ideias numa sala de aulas os
invejosos são os primeiros a fazer cara feia quando notam que o colega se expressa
de forma bonita e simples em volto uma ideia complexa. Geralmente sentem uma
pressão psicológica e baixam suas cabeças como quem diz "afinal ele não
termina de falar?!". Infelizmente, existem professores que também têm
inveja dos alunos habilidosos e como consequência aproveitam este espaço para baixar
a auto-estima do seu aluno, mandando-o parar de falar e perguntar a turma em
jeito de irritação se entenderam alguma coisa, e praticamente encontra-se nesta
pergunta do professor um espaço fértil para manifestar-se a inveja colectiva dizendo
em sintonia "nãoooo".
5. Os
invejosos sempre prestam atenção em detalhes negativos do colega habilidoso – colocam uma pressão no
colega como se ele fosse perfeito do mundo, esquecem-se que apenas é uma pessoa
comum como as outras.
Em uma apresentação, limitam-se na procura de aspectos
negativos para depois zombar-lhe, como tentativa de querer nivelar-se a ele.
São críticos de meia-tigela. Criticam todas intervenções de insurgimento do
colega habilidoso. Exemplo: Quando este critica esse ou aquele assunto, os de
meia-tigela aparecem com as suas justificações fracassadas dizendo que é
impossível, porque não são capazes, e que o colega não sabe o que fala e blá
blá blá.
6. Ficar feliz
quando o colega habilidoso tira uma negativa – inveja na sua essência significa tristeza pela
felicidade do outro. Quantos de nós não esticamos nossos pescoços para ver a
nota do teste do colega habilidoso? Na verdade, quando esticamos nossos
pescoços só queremos confirmar se conseguimos superar a nota da pessoa mais
inteligente da sala, e quando notamos que conseguimos uma nota superior que a
de colega, vibramos, ficamos felizes. Essa nossa felicidade não tem a ver com
nossa vitória, mas sim com a derrota do colega.
7. Fingir não
se importar com a positiva do colega habilidoso – quando o colega habilidoso
tira negativa, somos os primeiros a fofocar com cara feliz sobre esta derrota. Mas
quando o assunto é inverso, ninguém dá atenção a este facto, amaramos a cara
para dizer de forma rápida que ele teve 18 valores.
8. Não
aplaudem as brilhantes intervenções do colega habilidoso – quando o colega habilidoso
expressa uma ideia brilhante perante sala de aulas, os invejosos tentam
NORMALIZAR, no sentido de mostrar que ele não fez nada além do normal. Outros
fingem que não ouviram, outros dizem: “eu também faria o mesmo”. O estranho é
que ninguém fala do lado excepcional da ideia. Seus invejosos!
9. Se
incomodam quando o habilidoso levanta a mão para falar – no imaginário dos invejosos,
quando o professor lança uma questão para turma e todos não conseguem
responder, ficam mais incomodados ainda quando o habilidoso levanta a mão para
responder a pergunta do professor que não foi respondida por todos. Sentem-se
rebaixados quando o colega sabe mais, entretanto esquecem que a inteligência é
fruto de muita leitura.
10. São verdadeiras máquinas em falar de suas derrotas e não vitórias – os
invejosos fazem um "Circulo de Viena" para falarem dos fracassos do
habilidoso. Normalmente, eles sentem atracção em falar mal de colega habilidoso
do que falar bem. Fazem rodas para zombar e projectar futuros fracassados. São
verdadeiros futuristas esses colegas. Ficam a espera de um insucesso para dizer:
É BOM. Curiosamente, mesmo sem curso de direito bancam a juízes para julgar de
forma impiedosa a atitude do habilidoso.
PS1. Chegado aqui, tentem rever
vossa postura perante colegas na sala de aula.
PS2. Um alento ao jovem
habilidoso que passa por isso, não se preocupe muito com essa postura dos
colegas, mantenha-se firme naquilo que acredita pois esses serão seus idólatras
e admiradores ao andar do tempo.
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27/04/2019