A Prostituição na Cidade de Maputa |
As viagens nocturnas trazem para a Cidade
de Maputo outros nomes e vivências. Aquela cidade não permanece com o mesmo
nome quando o dia empresta as horas a noite, sempre muda como se de camaleão se
tratasse, que até chega a parece campeã das metamorfoses.
A minha opinião
diverge com alguns senhores e viventes de lá, porque acreditam que permanece
sempre Cidade de Maputo não importa o tempo e nem as horas, mas ainda insisto em
dizer que há sempre mudanças, como quem vai ao banho e depois muda de roupa ou
como quem vai para o serviço e na volta muda de rota. Aliás por mais uniforme a
trajectória em Maputo também é assim a sua transformação para a Maputa.
As viagens que tive nos meses passados
naquela cidade metamorfose, me levaram a descobrir que tudo muda menos as
aparências. O que parece ser belo é sempre desconfiado porque não tem a beleza
real. Mas o mais estranho disso, é de ter descoberto que a Cidade de Maputo de
noite é Cidade de Maputa até ao raiar do sol, desde a famosa avenida 10 de
Novembro, passando a Feira Popular até ao centro das bundas promocionais e
corpos deformados oferecidos a custo de nada pelas prostitutas da Rua de
Bagamoyo. Nessas viagens também descobri que não só Maputo é Maputa como também
descobri que quando se mudou os nomes de Lourenço Marques para Maputa,
não se quebra os vestígios do tempo da escravatura sexual, onde as mulheres se
instrumentalizam para alcançar as suas vontades.
Ora foi nessas vontades que também descobri
que o Instituto de Propriedade Industrial também muda o seu nome para Instituto
de Promoção Individual, sem quebrar a abreviação conhecida por IPI, o mais
engraçado nessa instituição a sua Directora Geral não é nomeada pelo Ministro e
nem pelo Presidente, mas sim é nomeada pela bravura e serventia do seu belo
prazer sexual aos veteranos de Maputa. Por lá fiquei a saber que ate os altos
comissários são clientes assíduos e são os primeiros a escolherem as
temperaturas das prostitutas de qualidades, em segundo lugar os riquinhos e
filhinhos dos dirigentes e empresários da pátria das vergonhas vistas
nocturnas, depois um como eu e por fim o policia cinzentinho, uma vez que este
gosta de tudo de graça em nome da lei.
Em Maputa dizem que a prostituição é
ilegal, mas isso não é verdade eles querem dizer que é VIP.
Sanjo Muchanga, nascido ao 4 de Março de
1986, em Moçambique, província de Maputo, residente na Cidade de Maputo,
Bacharel em Teologia Livre, Administração de Recursos Humanos, Gastronomia
Básica, Direito Administrativo, Literatura e Cinema pela Embaixada de Brasil em
Moçambique. Participações em Antologias da Solar de Poetas, ALPAS, Entre o Fado
e Samba II e Abrigo da Poesia, Colectânea Horizonte, Leveza da Alma, Som de
Poetas, Antologia Fénix e Poetizar o Mundo, Revistas Literárias Trupe Reticencias
em Versos, Folhinha Poética e Entrementes. Distinguido duas vezes pela Solar de
Poetas e reconhecido pelo mérito pela Solar dos Poetas, Certificado pela
Sociedade Mundial de Poetas pela participação na colectânea Leveza da Alma e pela
Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura, como Comendador da Embaixada da
Poesia. Membro e criador do Movimento Literário Ensaísta Kamubukuane. Leitor da
Associação de Escritores Moçambicano, Membro da Sociedade de Direitos de
Autores – SOMAS, Membro da Associação Dante AD (Italiana) de Maputo, Membro do
Centro Cultural Franco Moçambicano e Membro Honorário da Academia Virtual de
Letras-AVL, autor de dois Livros de poesia 47 Poemas e Um Poeta e Deixe-me
Escrever, este último participou do Prémio Miau vencedor em 1º lugar do prémio
de conto LasVegas Master, vencedor em 3º lugar do prémio Casa da Cultura
Brasil-Portugal, foi um dos 10 vencedores do Prémio Literário ICMA/CCFM 2016,
Foi finalista do Prémio Kazuá com o seu livro Na Vespeira do São Valentim.
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A prostituicao em Mocambique.
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Sanjo Muchanga