A Única ou Lágrimas Derramadas por Amor - Capitulo 3
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O dia virou abismo, as ruas ficaram desertas, o vento já passeava à vontade e o silêncio julgava-se rei. Brown adormeceu e sonhou que cinco homens invadiam a sua casa, desarrumavam tudo e roubavam seus últimos centavos e todos pertences, Brown nadando no seu próprio suor acorda gritando. Levanta-se, ajeita a sua camisa, caminha em direcção ao corredor do
seu domicílio, indo ao quarto de banho, de repente, vê minúsculas gotas de
sangue que o guiam até ao seu pequeno escritório caseiro, assustado leva as mãos à cabeça, abre vagarosamente a porta do escritório, um homem estava estatelado
no chão, usava máscara e uma veste com a cor da noite, a garganta estava
cortada e uma faca no peito fixada, por sinal o homem ainda respirava e não
havia carimbado o seu passaporte para o céu.
Brown sentia-se estranho, apavorado,
quem teria feito algo assim? Cambaleou às
pressas nas escadas logo à sua frente, olhou ao redor para ver se
encontrava um telefone para ligar para os senhores da lei e ordem. Estava fora
da linha e a rede gaguejava. Tremendo, Brown forçava o pensamento a ter uma
massagem, bateu com a porta principal, precisava ir pessoalmente à polícia.
Corria possuído pelo espírito da Mutola como os pequenos carros da Fórmula
Um. Ia em busca de ajuda no
posto policial mais próximo. Chegando ao posto, Telys Brown olha à recepção e
vê um Cinzentinho gordo, todo o seu corpo faltava-lhe luz, a sua boca tinha
defeito dos marfins, os principais que embelezam o sorriso já haviam sido
vendidos nas lutas que outrora teve quando tentava organizar o encurtamento de
rotas dos transportes que se faz sentir em toda parte do país. O Cinzentinho
estava mal posicionado, dormia de boca aberta como um hipopótamo caçando moscas.
Telys bate no balcão e o senhor ressuscita limpando sua baba que já
arquitectava um mapa até ao ouvido.
- Sim meu senhor o que se passa??- Questionou o policial.
- Sofri um assalto na minha residência e há alguém a beira da morte no
meu escritório - Brown tremia gesticulando até aos cabelos.
- Senhor vamos até ao gabinete do chefe, eu não tenho nenhuma ordem só
recebo e acompanho pessoas. - Disse levantando e caminhando a passos
minúsculos.
Seguiram o corredor até ao gabinete do chefe daquele posto, porém ao chegar
havia alguém sendo atendido lá, era um outro Cinzentinho rindo amigavelmente
com o chefe. O guarda da recepção diz:
- Senhor, senta aqui logo que aquele sair o senhor entra a seguir.
- Mas Chefe como vou esperar Dois polícias conversando? Enquanto há
alguém morrendo no meu domicílio que por sinal é um dos ladrões
saqueadores dos meus bens?
- Senhor, como eu disse logo que chegou eu só recebo e acompanho as
pessoas o resto quem resolve é aquele senhor ali. - Disse apontado o gabinete no chefe.
Tempo depois vem o guarda acompanhando um outro indivíduo que estava
banhado de sangue e chorava como criança dizendo:
- Eu preciso de um médico, me dêem logo esta guia. - Reclamou o
ferido
- Jovem espera tua vez e não me chateie aqui não é na sua casa, silêncio!!!.
- Respondeu o guarda
- Silêncio!! Eu sentido dores? O que custa me darem essa guia? Vou
morrer por causa de um pedaço de papel que diz que me autorizam o atendimento
no hospital?
- Eu sou a autoridade aqui, faço o que quiser e como quiser portanto
cale a sua boca e me deixa trabalhar - Ameaçou
Brown vendo o sofrimento do rapaz leva a mão ao seu bolso e tira um lenço
para que o jovem possa limpar o seu sangue e pergunta:
- O que aconteceu contigo rapaz?
- Irmão a sua cidade é muito bonita mas também perigosa, voltava do
Maquínino naquele garrafão da Coca-Cola para quem sai do goto indo em direcção
a baixa, foi quando me cercaram um total de três jovens armados com catanas e
lâminas, ameaçaram-me queriam a minha mala e o dinheiro, talvez porque me viram
sair do ATM, então tentei reagir mas não tive sucesso, esfaquearam-me e levaram
tudo. - Narrou
- Há muitos gatunos por aqui, não é aconselhável peregrinar a pé no
Maquínino nas noites mesmo se for cedo, evite - Advertiu o Brown
- Deveriam estacionar polícias naquela quebrada, talvez o índice de
assaltos poderia diminuir
- Sim, é verdade, mas esta é uma cidade esquecida.
- E o senhor qual é o motivo de estar aqui? - Questionou o jovem.
- É um longa estória meu jovem, há alguém morto na minha casa!
- Alguém morto! Foi você quem o matou?
- Claro que não!!
- E então o que aconteceu?
- Arrombaram a minha residência enquanto eu dormia e roubaram tudo, mas
quando acordei encontrei um homem com a garganta cortada e esfaqueado no peito.
- Disse Brown todo em desespero.
- Irmão, sinto muito...
- Eu vou encontrar os malfeitores...
- Justiça pelas próprias mãos??...
- A vida não é feita de regras, regras é que tentam desfazer a vida,
seguindo ou não sempre sofreremos, pois, a solução é seguir em frente sem
seguir em nada.
- Que loucura filosófica. - Sorriu o rapaz.
De repente sai o chefe da polícia e diz:
-
Que venha o próximo...
Autor: Richard Priminta
- Continua -