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Celina era uma mulher alta, bonita e sexy. Os seus olhos eram
castanhos como a paisagem do dia quando se deita. A sua formosura provocava e
excitava olhares masculinos. Mas há quem tentava converter a perfeição feminina
da Celina em ódio. Sempre foi assim no bairro da Chipangara a maior arte que
ali predominava era INVEJA.
Celina Hellen era uma mulher casada e muito apaixonada
pelo marido, Telys Brown que era modelo fotográfico de profissão e muito famoso
por ter várias empresas de renome no mercado. Até ali, o sucesso não confundia
a felicidade que ambos tinham edificado. A fidelidade mútua fortificava a
relação.
Foi numa das
suas empresas que Brown conheceu a Juliana Marinelli, uma jovem também sexy. Olhar
provocante, voz atraente e um andar convidativo. A elegância da felina prendeu-o
e fê-lo apaixonar-se; sendo assim, Brown conquistou-a usando simpatia e seu
poder de sedução.
Surgiu o
primeiro encontro. Segundo. Terceiro. Depois de conhecerem o jardim proibido da
intimidade, recusaram-se a desfaze-lo. Agora reinava estranheza. Os ingredientes
e temperos do beijo da Juliana fizeram-no esquecer os trilhos que o levariam à casa.
Uma semana
fora do convívio familiar, Telys desfilava a sua classe nos olhos da Juliana. A
Celina quase morria de preocupação, porque o marido não atendia as suas ligações.
Isso deixava-a cada vez mais preocupada, pois, o amor falava mais alto no seu peito.
Toda vez que
Telys sonhava e regressava à casa, quando Celina pedia satisfações terminava
sempre em discussão. A jovem mulher regava rios de lágrimas no canto do seu
quarto e depois de boas chapadas, ela procurava entender o marido que outrora
tinha sido amável.
Numa noite
pequenina como as sementes da laranja, quando dormiam, o celular do Telys gritou
de socorro com um número gravado. Ninguém atendia. Vibrou quatro vezes seguidas.
Ninguém atendia. Foi quando as lágrimas da Celina caíram muito rapidamente. Ela
estava bêbada de curiosidade e quis ver a notificação da “única” que
dizia:
"Oi amor, quando voltas da viagem? Estou com
saudade de te entregar a minha colmeia de prazer"
Tudo começava
a fazer sentido, a Celina que se julgava a única, descobriu que não era. Apagou
a mensagem e fingiu que nada tinha visto.
No dia
seguinte o Telys Brown despede-se dizendo que estava de viagem para uma seção
de fotografia. A consciência já lhe pesava, na verdade precisava terminar com a
Juliana o quanto antes. A Celina tentou beija-lo sem êxito. Duas noites se
passaram, Telys regressa à casa ansioso para ver a Celina e contar-lhe tudo e
pedir desculpas. Ninguém estava em casa. Uma carta que estava no centro da mesa
dizia:
"Telys meu amor, Quando estiveres
a ler esta carta, eu já não estarei a fazer parte do teu mundo. Destruíste-me.
Foi bom viver os momentos dos quais já tenho saudades. Escrevo-te aqui neste quarto
onde o meu corpo se despiu muitas vezes. Agora chegou o fim e terei saudades do
teu beijo, do teu corpo quente e das nossas almas em uma só vida. Há dois meses
que não vejo a lua, tudo indica que estou esperando o nosso filho. Desculpa meu
amor, mas a tua ausência não permitiu que lhe avisasse. Nunca imaginei que
seria trocada por outra. Senti-me humilhada. Entreguei-te o meu corpo e alma, e
o que fizeste? Traíste-me. Foi difícil tomar esta decisão, mas tive de fazê-lo,
o meu coração não tem espaço para suportar tamanha dor. Então preferi deixar
tudo para atrás, vou-me embora e, Deus traçará o meu novo destino. Amo-te muito
e sempre te amarei.
CELINA
Telys chorou e
sozinho inundou as margens do rio Zambeze. Quebrou os bens que embelezavam a
casa e nada trouxe a Celine de Volta.
- Continua
–
Autor: Richard Priminta