A Única ou Lágrimas Derramadas
por Amor - Capítulo 2
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"Depois
da tempestade vem a bonança", para Brown essa cifra já não fazia sentido,
porque só vivia na tempestade desde que a Celina partiu. A sua rotina mudou
completamente, passava mais tempo nos bares de luxo, gastando sem controlar o
seu bolso. Ele bebia demais e habitualmente passava as noites em Chipangara na avenida
1.070, só regressava à casa quando já tinha perdido relógio, sapatos, carteiras...
Brown
levava uma vida triste. Em outras palavras, estava desesperado e perdido como
um animal selvagem fugindo da raiva de uma espingarda. Celine fazia tanta falta
na sua vida, e, consequentemente, em toda mulher, Brown via o reflexo da sua ex-esposa.
***
Dr
Isaías Silvério, era sócio e chefe adjunto nas empresas do Brown e tinha 30%
das acções. Porém era ambicioso, egoísta, calmo, misterioso e o que ele mais queria
era que todas as empresas passassem para o seu nome.
Vendo que o seu chefe há duas semanas que não ligava
para cobrar os relatórios ficou muito feliz, pois no comando das empresas sentia-se
acima de tudo e de todos.
Numa
manhã monótona, calma e fria, Silvério sai do seu lar ao encontro do amigo, que
de ressaca se encontrava em casa numa sala que se parecia com a bottle store do bairro Chaimite - Beira.
Brown mostrava cansaço, palidez, e infelicidade. De repente escuta alguém ''socando''
a sua porta e entra.
-
Brown, o que se passa? Já não ligas, nem para o trabalho vens, estás pálido perdeste
quilos. Já sei ainda pensas na Celina? - Perguntou Silvério admirado com o
que via.
-
Silvério, desde que a Celina partiu, minha vida virou ficção científica, de lá
para cá só vivo de imaginações - disse Telys todo tristonho.
-
Ela te abandonou, porquê se preocupar com ela? Por mais que um marido falhe não
é do nada que se acaba com um casamento.
-
Ela tem suas razões, eu fui um covarde - Telys, Choramingava como
criança.
-
Não és covarde, ela não te merece, não é mulher para ti.
-
Não fale assim dela, é minha esposa e jamais faça isso de novo. - Respondeu
Telys de olhos fixados no Silvério.
-
Móbrada calma ai, és meu chefe mas és meu amigo, e nós deixamos a meninice
juntos, você não agia assim quando perdia uma gaja já não és durão?
-
Você, sabe o quê é ter um filho e nunca conhecê-lo? Ela está grávida e foi-se
embora com o meu filho, eu sempre pensei que fosse dono de tudo e de todos mas nunca
pensei em ser um pai ausente. - disse o Telys chorando e pegando no ombro
do Silvério.
-
Tens razão mas vamos beber que isso logo logo passa - Respondeu o Silvério.
-
Vamos, pega mais whisky na cozinha e vamos encher a cara - ordenou o Telys.
"Um
brinde à nossa amizade" acidentaram os copos em uníssono.
O
dia cavalgava lentamente. O céu nublado não deixava com que se vissem os raios
do sol. O tempo estava cinzento, as nuvens baixas e rugosas indicavam que em
breve começaria a chover.
Silvério
passeava pela casa para conhecê-la, visto que era grande demais. Mas parecia que
um segundo plano estava sendo arquitectado.
Telys
via o seu amigo deambulando pela mansão porta por porta, janela por janela
parecia um detective procurando evidências de um crime.
- O que tanto procuraras? Telys Quis
saber.
- Nada não, só apreciando a casa, nunca havia
olhado as coisas com atenção hoje resolvi o fazer - Silvério respondeu.
-
Isto não é só olhar, estás a inspeccionar a minha casa, amigo - disse o Telys
preocupado.
- Deixa disso amigo, quem sabe compro a sua
planta para construir a minha palhota. -Respondeu. Poucos minutos depois,
Silvério despediu-se do amigo e foi-se embora.
O
dia virou abismo, as ruas ficaram desertas, o vento já passeava à vontade e o
silêncio julgava-se rei. Brown adormeceu e sonhou que cinco homens invadiam a
sua casa, desarrumavam tudo e roubavam seus últimos centavos e todos pertences,
Brown nadando no seu próprio suor acorda gritando e...
-Continua-
Autor: Richard Priminta
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