As marcas deixadas pelas guerras mundiais em Escritores #4

 As marcas deixadas pelas guerras mundiais em Escritores #4

As marcas deixadas pelas guerras mundiais em Escritores #4

Não houve uma única família na Europa que não teve um membro que tivesse sido morto nas Guerras Mundiais até 1945. Elas deixaram uma marca em todos, incluindo obviamente os escritores. Assim, o que os escritores têm a dizer sobre as guerras mundiais, resumimo-lo aqui.

9. Sartre e a Guerra Mundial

Jean-Paul Sartre
Jean-Paul Sartre

 Jean-Paul Sartre, o filósofo e escritor francês, foi profundamente afectado pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e pela ocupação dos nazista na França. As suas experiências durante este tempo tiveram um profundo impacto na sua filosofia e literatura, e escreveu extensivamente sobre os temas da guerra, liberdade, e responsabilidade.

 A filosofia de Sartre, conhecida como existencialismo, enfatiza o conceito de liberdade individual e a responsabilidade dos indivíduos em criar sentido nas suas vidas. Ele acreditava que os indivíduos são fundamentalmente livres, e que devem assumir a responsabilidade pelas suas acções e pelas escolhas que fazem. Esta filosofia foi fortemente influenciada pelas suas experiências durante a guerra, onde viu as consequências de indivíduos abdicarem da sua liberdade e responsabilidade para com sistemas políticos opressivos.

A obra mais famosa de Sartre, “O Ser e o Nada”, foi publicada em 1943, durante a ocupação nazi da França. O livro reflecte sobre as suas experiências durante a guerra, e explora os temas da liberdade e da responsabilidade no contexto da guerra e da opressão.

Sartre argumenta que os indivíduos têm a responsabilidade de resistir à opressão e manter a sua liberdade, mesmo perante a adversidade. Explora também o conceito de “má fé”, em que os indivíduos negam a sua liberdade e responsabilidade, permitindo-se ser controlados por forças externas.

A peça de Sartre “Sem saída” é outro reflexo do seu pensamento sobre a guerra e a opressão. Escrita em 1944, explora o tema da liberdade e da responsabilidade através da história de três personagens presas numa sala juntas. A peça reflecte a crença de Sartre de que os indivíduos são responsáveis pelas suas acções e pelas escolhas que fazem, e que devem assumir a responsabilidade pela sua própria liberdade.

 O pensamento de Sartre sobre a guerra também se manifestou no seu activismo político, participou activamente na resistência francesa durante a ocupação, e foi também um crítico vocal do colonialismo e do imperialismo. Ele acreditava que a guerra e a opressão eram o resultado de indivíduos e sociedades que não assumiam a responsabilidade pelas suas acções e resistiam aos sistemas opressivos.

Acesse aqui (https://www.academia.edu/43091970/O_ser_e_o_nada_-_SARTRE) e leia Sartre.


10. Huxley e as Guerras Mundiais

Aldous Huxley
Aldous Huxley

 Aldous Huxley, autor e escritor britânico, foi profundamente afectado pelos acontecimentos da Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Os seus romances, ensaios, e poemas reflectem os seus pensamentos e observações sobre o impacto devastador da guerra na sociedade e na humanidade.

 O romance mais famoso de Huxley, “Admirável Mundo Novo”, escrito em 1932, é um romance distópico que explora as consequências de uma sociedade que se tornou completamente industrializada e desumanizada. O romance é ambientado numa sociedade futura onde a tecnologia avançou ao ponto de as pessoas serem geneticamente concebidas para se enquadrarem em papéis sociais pré-determinados e estarem condicionadas a contentar-se com a sua sorte na vida. O romance é um comentário sobre os perigos do totalitarismo e os efeitos desumanizantes da guerra.

No seu ensaio, “A Oliveira”, Huxley reflecte sobre o impacto devastador da Segunda Guerra Mundial na Europa, particularmente na região mediterrânica. Ele escreve sobre a destruição de culturas antigas, o deslocamento de pessoas, e a perda de vidas humanas. 

Abordou também sobre o impacto da guerra no ambiente e na natureza, retratando-a como o inimigo último da humanidade. O trabalho de Huxley é uma poderosa crítica aos efeitos desumanizantes da guerra na sociedade e na humanidade. Ele retrata a guerra como uma força destrutiva que combate a vida dos indivíduos, culturas e o meio ambiente. O seu romance “Admirável Mundo Novo” é um aviso contra os perigos do totalitarismo e os efeitos desumanizadores da guerra, e o seu ensaio “A Oliveira” rechaça o impacto devastador da Segunda Guerra Mundial na Europa e no seu povo.

Acesse aqui (https://cesarmangolin.files.wordpress.com/2010/08/aldous-huxley-admiravel-mundo-novo.pdf) e leia Huxley.


Fim!


Título: As marcas deixadas pelas guerras mundiais nos escritores e suas obras

Título original: Writers on world wars

Autor: The philosophy room (https://www.facebook.com/philroomkhi

Tradução: Daúde Amade

Revisão: Fernando Absalão Chaúque


Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem