A Revolta da Guilhermina – Penúltimo Capítulo


A Revolta da Guilhermina – Penúltimo Capítulo

 A Revolta da Guilhermina – Penúltimo Capítulo

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Foram inumerosas tentativas para convencer ao segurança de que aquela, tratava-se da sua casa que comprara com multiplicados sacrifícios, mas sem sucesso.

Com isso, Guilhermina viu-se obrigada a passar ao ar livre aquela tenebrosa noite de frio que gelava até o interior dos ossos do seu esqueleto humano.

Tinham lágrimas espalhadas naquele rosto, havia dentro daquela sofrida mulher; um coração estilhaçado de tristezas derivadas de dores sem limites, povoavam em seu triângulo de pensamentos; somas avultadas de arrependimentos e guardavam-se num terço da sua memória ideias mortíferas trazidas de um presente que se prendiam de um passado estatisticamente coberto de arranjos simples e combinações perfeitas de dois elementos humanos desprovidos de razões e proporções sentimentais.

Enquanto a Guilhermina lutava com os poucos centímetros do pano do seu vestido para cobrir as arestas das suas pernas e com braços tentando desenhar diversas curvas gaussianas para se escapar dos mosquitos que procuravam vitaminas sanguíneas em todos ângulos do seu corpo, Mauro calculava de forma vertical e horizontal, inusitadas posições sobre os vértices da Leloca naquela que era cama da sua dita mulher.

Quando a interminável madrugada decidiu dar uma oportunidade a um novo dia, por volta das seis horas e algumas esperanças, o segurança da casa toca a campainha falante da casa:

— Patrão, tem uma senhora chamada Guilhermina aqui fora querendo falar com o senhor e diz ser a dona da casa. Dormiu aqui do meu lado toda noite. Ela disse que vai entrar por bem ou mal, posso autorizá-la? – Questionou o segurança.

Mauro ficou matematicamente baralhado em seus pensamentos, recalculou rapidamente a probabilidade daquela informação que ouvira do segurança ser uma mentira, porém ouvira de longe um grito estúpido dizendo: “abra esse portão, seu covarde” e, imediatamente Mauro autorizou a entrada da sua esposa.

— Leloca, acorda. Despacha-te e saia deste quarto imediatamente. A louca da Guilhermina voltou de viagem sem dizer nada e está entrando. Rápido! Veste seu avental e corra para cozinha e faça de contas que estava preparando o pequeno-almoço para mim, pois se ela te encontrar aqui, adeus ao nosso futuro. – Disse Mauro, enquanto organizava a bagunça triunfada durante a noite anterior.

— Mas essa desgraçada que já não avisa quando quer voltar à casa está confiando o quê mesmo? Aliás, tu trocaste as trancas da casa e os seguranças para qual fim? – Indagou Leloca enquanto descia da cama e arrumava as suas coisas.

— Tu sabes que só faltava forjar alguns documentos para arrancarmos tudo desta maldita e vivermos felizes com os nossos filhos nesta casa, mas ela acabou chegando bem antes de executarmos este plano. - Explicou Mauro.

Guilhermina dirigiu-se até à varanda da casa e deparou-se com a porta principal da casa com novas trancas. Mais uma vez, viu-se impedida de entrar em sua própria e pôs-se a bater à porta.

— Senhor, abre lá essa porta. Já estou quase estourada de nervos com essas suas brincadeiras. E, sei muito bem que estás com essa vadia de Leloca na minha cama. - Ordenou Guilhermina.

— Ela já está na porta. Corre para cozinha e atira as suas coisas da janela da cozinha e vais apanhar depois. - Mauro correu desesperadamente ao corredor da sala e gritou. — Estou procurando as chaves meu amor, um minuto, minha princesa.

Depois de tantos rodeios para criar uma cena que a Guilhermina não desconfiasse que a noite fora uma criança. Finalmente Mauro abriu a porta.




Ultimo capítulo,
Brevemente




Autor: Meque Raul Samboco
Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

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