13 "frases" do livro Quantas Madrugadas tem a noite, de Ondjaki

 13 "frases" do livro Quantas Madrugadas tem a noite de Ondjaki

Quantas Madrugadas tem a noite de Ondjaki


Este romance traz humor, tragédia e lirismo relatados na mesa de um bar em Luanda. Este é o segundo romance de Ondjaki, um dos expoentes da literatura africana em lingua portuguesa, que também se dedica à poesia, ao teatro, aos contos e à literatura infantil. “Quantas madrugadas tem a noite” mantém o estilo presente em outras obras do autor, em que a oralidade permeia fortemente a narrativa, aproximando o leitor dos acontecimentos como se eles estivessem sendo contados entre amigos e entre muitas birras (cervejas). 

Após a leitura, selecionamos 13 "frases" que nos deixaram hipnotizados e, consequentemente, ficaram estampadas na mente.


 1.  Nós somos nosso próprio esquecimento - borracha do futuro a apagar o passado nas ardósias do presente.

 


 2.  Desde cadengue que ando então a ver as nuvens dançar nas peles do mar, e me pergunto: [...] mar não tem as nuvens dele também?


 3.  Espanto é só aquilo que ainda nunca tínhamos vivido com a nossa pele!


 4.  A vida é um mar picado e todas praias são filhas dele, tentáculos do mesmo polvo salgado.


 5.  Para curar a ferida tens que lhe olhar no sangue dela.


 6.  A vida é uma jangada, veículo da curta travessia, temporal... mas:  mesmo a jangada afunda.


 7. Quem foge tem sempre mais força que quem persegue.


 8. O amor tem retalhos que a razão num sabe costurar.


 9. Os olhos brilham mais é na escuridão; pirilampo espera noite para ser alguém; peixe fica seco é dentro d'água, fora dela é que ele transpira de morte.


10. Uma noite, quantas madrugadas tem? Andas a contar? Eu não. Lhes apanho só, conforme lhes vejo e sinto... uma só noite tem bué de brilhos.


11.  Para saber q'a maré tem quatro comportamentos, é preciso olhar o mar um dia inteiro, tás a captar?


12. O tempo é essa estrada comprida que eu te falo, e quem vem de longe sempre já tropeçou em mais pedras e enfrentou mais lacraus.


13. A poesia não se faz, se vive; a poesia não se procura tipo diamante, se encontra tipo arco-íris: ou há ou não há – sorte e azar dos olhos no depois da chuva.


Título: Quantas madrugadas tem a noite

Editora: Editorial caminho

Pags: 204

1 Comentários

  1. Quem foge tem mais força do que quem persegue.
    Que o digam nossos manos quando vão atrás das galinhas já com o sal na mão.

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