O Poder da Sofia - III

O Poder da Sofia - III

O terceiro café expresso já me punha atento. A Sofia era a única que, por alguma razão estranha, batia nos teclados do laptop com uma precisão facial inequívoca. A face tinha a certeza do que registava no word. Mas as pontas dos dedos pareciam não ter nenhum  comando. A cafetaria já se lotava de burgueses entre outros que abandonam as primeiras refeições nas suas casas para tomar as das pastelarias ou restaurantes. Nós queríamos uma plateia diferente para o nosso debate. Queríamos debater  burguesia num contexto aparentemente burguês. A Sofia pegou no seu expresso e notou que já não era expresso. Levantou a mão para chamar uma servente.



Mudámos da mesa para um lugar onde pudéssemos apanhar um ar natural. Preferimos ficar perto da entrada da cafetaria. A Sofia disse, como início de debate que hoje há mais escravos que no sistema de escravatura. Pedi evidência e ela disse que considerava gravata dos homens e sapato alto para mulheres  como uma corrente. Acrescentou que a nossa plateia não era exactamente a burguesia. Eram os burocratas da burguesia. Ao ensaiar a resposta, perguntou se eu queria foder. Não sei se foi uma estratégia para não ouvir as minhas opiniões, mas saímos para a sua casa. 

Já me questionava o porquê de me submeter a conversas marxistas ou de ideologias longe da realidade capitalista. Eu  não sou burguês mas quem não sonha em sê-lo? Pelo menos a Sofia não vê na burguesia um mundo de prosperidade. A estética e a moda  são para ela uma futilidade. Talvez ela fosse aceite na Ilha de Sentinelas na Índia. A Sofia tem hábitos que o mundo ainda desconhece. 



Deitou-se de costas  no sofá da sala. Reparava-me de pés levantados, estava a tirar a roupa. Virou-se para o aparelho de som e desligou-o. Devolveu a mão que já estava a esfregar as suas partes íntimas. O meu pénis ficou sem saber se podia se autosatisfazer ou furava as cuecas e caía no corpo da Sofia. Os nervos dela podiam se contemplar pela face. A testa tinha outra característica. Mordia os lábios. Estendeu a mão esquerda e disse - Venha foder. 

A minha postura já era débil como um atleta que venceu uma olimpíada. Beijei a Sofia e ela acendeu um cigarro caminhando para cozinha para fazer omolete. Tirou um ovo cru e ofereceu-mo. Recusei. Agora tirava mais um e afirmou que não era para mim. Eu era estômago de aluguer. Os ovos eram para ela mas precisava do meu estômago. Aceitei. Comemos omoletes e ela sorriu olhando para o meu pênis e contou numerosas veias que surgiam. Sorriu e levantou-se para pôr as calças. Chutei-as. Agora eu corria atrás da Sofia quase desesperado. Realizei que é uma tremenda dor correr com um pênis levantado. Alcancei-a.



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Por Jorge Azevedo Zamba

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