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Era para não falar mais sobre mortos. Foi decisão própria! Mas precisamente ontem uma notícia de “O País” trouxe o defunto ao público. Com o título "Ficará mais caro enterrar ente-queridos na cidade de Maputo", a notícia fala de uma postura aprovada pela Assembleia Municipal de Maputo sobre o aumento das taxas relativas ao cadáver. A postura aumenta de 1500 para 4000 meticais o preço para reserva de espaço para enterrar um cadáver e de 500 para 5000 meticais a taxa de cremação de cadáveres. Além disso a identificação de campas subiu de 100 para 500 meticais. E isso não é tudo! A licença da construção de campas também subiu, segundo noticiou O País. A taxa para construção de campas em cimento subiu de 1000 para 1500 meticais e em mármore passou de 2000 para 3000 meticais.
Ou seja, a verdade é única, ficaram para a história os dias em que qualquer rasgamanta podia arranjar talhão nos cemitérios municipais. Já não é para muitos. Ficou pequeno para a concorrência. O valor para atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento destes espaços subiu. É nova postura! Ventos de mudança sopram desde Lhanguene. Os mortos que se cuidem. Não é para menos. Para quem julgava que uma vez morto se livraria dos impostos do Ti-Comiche o engano é óbvio. Há impostos até na cova. Antes e depois de lá estar. Passa-se a pagar mais tanto para reservá-la como para publicitá-la do tipo "aqui jazem as ossadas de Zé Bunda". Inflacionaram as covas. Quanta postura para um cadáver, hein!
A coisa é séria! Pelo menos pelo que reportou O País. O Município alega estar a ajustar as taxas ao actual salário mínimo. As taxas aplicadas actualmente são de há 10 anos. Ainda no reinado de Simango, o David. E o figurino mudou. Seja lá qual for a razão, o aumento destas taxas e o crescente número de mortes por Covid-19 na urbe não deixam de ser uma boa coincidência para os cofres municipais. Que não seja mais uma taxa pelo tacho. Oxalá que, pelo menos neste novo figurino, se ajuste o salário do coveiro - o parente pobre da gestão municipal.