De João Timane |
Dona P. Mamana de cabelo crespo. Afro. Semblante de sol poente. Pele de chocolate. Minha Mamana de Magude. Tu és a minha fortaleza e o meu mundo. Dona P. Mamana da nossa bela cidade das acácias. Minha Mamana Poesia, tu és a jóia mais preciosa de Moçambique. A pérola e o diamante mais valioso de África. A tua beleza abraça o Índico e o atlântico. O teu sorriso contagiante traz sempre um novo amanhecer e um novo mundo. Teus olhos são dois astros brilhantes. Dona P. Teu olhar é a luz do sol que ilumina o meu amanhecer. Tu és o anjo da guarda que clária o meu caminho. Teu amor é a luz do novo dia, o meu pão de cada dia. Teus abraços me protegem. Teus ensinamentos me inspiram e alimentam a minha alma. Nos finais de tarde gosto de ver o pôr-do-sol nos teus olhos. Amo-te imensuravelmente. Te amo todos os dias. Desde o anoitecer até o amanhecer. Te amo compulsivamente. Tu és a minha biblioteca viva. Contigo trazes todos os valores, modos, hábitos, e costumes, da nossa cultura e da nossa terra. Tão linda e elegante ficas quando vestes e amarras a nossa moda moçambicana as tuas coloridas capulanas e os teus belos turbantes. Sou testemunha de como és feliz quando cozinhas enquanto cantas e danças as músicas da Mingas, da Elvira Viegas e exaltas a nossa marrabenta. Sou testemunha de todos os festivais de culinária que fazes na tua cozinha. Cozinhar bem é a tua arte e a tua ciência. Sou testemunha, a tua cozinha é um lugar de risos e encantamentos. Teus pratos fazem a nossa família sorrir e ser feliz. Teu curriculum é preenchido pelos mais saborosos pratos da nossa terra. Conheço bem as maravilhas que fazes na cozinha. Conheço bem os verbos da tua xiguinha. As sílabas da tua cacana. Os versos do teu peixe com xima. As metáforas do teu caril de frango. Conheço bem os poemas da tua feijoada. A linguagem do teu caril de amendoim. Sabe bem a mandioca que preparas. Sou muito apaixonado pela babata doce e a salada de pepino que fazes. Sou fissurado pelos pratos que preparas cheios de paz, amor, alegria, e arte. És uma cozinheira de mão cheia. A melhor mãe e cozinheira do mundo. Nas tuas panelas árvores balançam. Pássaros voam. Fito os meus olhos nos teus e rogo que Deus faça de ti sempre essa mulher de fibra, alegre e linda. Que Deus torne a tua jornada suave e perfumada. Dona P. obrigado por me teres dado uma majestosa educação. Agradeço-te pelos valores que me ensinaste, a solidariedade, a humildade, a determinação e a persistência. Obrigado por me ensinar a valorizar e respeitar a memória dos nossos ancestrais. Obrigado por me incentivar a fazer o meu papel. Seguir o meu caminho e meu sonho africano. Admiro tanto o teu modus vivendi. A tua paixão pelos livros da Paulina Chiziane e pelo filme Mandela Longo Caminho para Liberdade. Dona P. Tu és o mar que quero para sempre abraçar. Tu és a terra que quero para sempre amar. Tu és o céu que quero para sempre explorar. Tu és o sonho, o sentimento e a alma que quero para sempre vestir.
Morgado Henrique Mbalate, mais conhecido por Morgado Mbalate, nasceu em Maputo, Moçambique, a 06 de Setembro de 1993. Foi distinguido com a menção honrosa pela obra Ode ao Ninho no Prêmio Mundial de Poesia Nosside edição 2014. Foi distinguido com a menção honrosa pela obra Moçambicanizando no Prêmio Fernanda de Castro na categoria de Poesia no IV Concurso Internacional de Poesia & Prosa edição 2017. Foi distinguido com um certificado de mérito pela marca e empresa criativa Morgado Mbalate no programa de empreendedorismo Starting Your Creative Enterprise (Começando O Seu Negócio Criativo) edição 2020. Foi distinguido com um certificado de mérito pela obra Morada no SOLAR DE POETAS edição 2014. É autor e poeta moçambicano. Licenciado em Filosofia pela Universidade São Tomás de Moçambique (USTM, 2018), especialista em Recursos Humanos e Ética. Estudou Electrónica e Telecomunicações na Escola Nacional de Aeronáutica (ENA, 2012). Pela Editora Portuguesa Edições Esgotadas, publicou: Odisseia da Alma (Poesia, 2016). Pela Editora brasileira Comunidade do Tambor publicou em co-autoria: O que nos a Bala (CD de Literatura Negra, 2018). Pelo Portal Karingana – Portal Académico de Moçambique publicou: Covid-19 Palavras para Aliviar o Isolamento Social (Crônica, 2020). Pela Editora Portuguesa Chiado Books publicou: A Arte Suave da Palavra (Poesia, 2020). Participou em diversas antologias nacionais e internacionais. Participou na 5ª edição do Festival Internacional Earthquake Terremoto (2021). É embaixador da Campanha ESCOLA SEM COVID na KUFUNDZA. É membro da Academia Internacional da União Cultural. É membro do Museu Imaterial da Diversidade Cultural. Foi membro da Comissão Julgadora do Primeiro Concurso de Crônicas (2021) da Academia Internacional da União Cultural. Têm textos publicados em inglês, francês e espanhol. É colaborador da revista brasileira Por dentro da África.