I
Será tarde...
Será tarde
Quando descobrires que amei-te de verdade,
Quando notares que no amor, é vital a Amizade,
Quando perceberes que acabou-se a minha vontade.
Será tarde
Quando deres por ti e notares que eu já não estou do teu lado,
Que todos os nossos planos foram invalidados,
Que eu já sou amor de outro gajo.
Será tarde
Quando perceberes que devias ter mudado ainda cedo,
Que devias ter enfrentado todos os medos,
E que não devias ter escondido segredos.
Será tarde
Porque o tempo não é nosso amigo,
E porque todos realmente precisamos de um confortável abrigo.
II
Há um toque
Há um toque de verdade em todo: “estou a brincar”
Há um toque de amor em todo: “cuide-se”
Há um toque de maldade em todo: “que Deus te abençoe”
Há um toque de inveja em todo: “tu tens sorte”
Há um toque de vontade em todo: “não quero”
Há um toque de tristeza em todo: “eu estou bem”
Há um toque Divino em toda alma.
III
No fim do dia
No fim do dia
A farsa acaba
Boys (meninos lingua inglesa) viram vacas
Ovelhas viram lobos, e entram na mata.
No fim do dia
O herói se torna vilão
O islâmico esquece o alcorão
A menina é desflorada
A vergonha acaba, e a profanidade é despertada.
No fim do dia
O Santo mente
O Político desmente
A mãe muito sente, pela fome que o filho sente.
No fim do dia
O forte enfraquece
O povo esquece
O dirigente enriquece
E a história se repete.
“O fim do dia traz à tona coisas que, outrora, o início do dia não revelara. Sigilos são quebrados, e grande parte dos que te rodeiam vai entregar-te os seus fardos. Fiques de atalaia, pois no fim do dia, tudo fica escuro, e se não fores astuto, perdes tudo…”
IV
Silêncio
No silêncio, melhor, eu escrevo.
No silêncio, meus sentimentos,
Num papel despejo. O que seria
Dos meus pensamentos
Sem o silêncio? O que seria
Dos olhares sem o silêncio?
O que seria do tímido sem o silêncio?
O que seria do leigo sem o silêncio?
O que seria do sábio sem o silêncio?
E o que da morte seria sem o silêncio?
- “Respeite o silêncio”.
V
Poeta, não sou!
Escrevo versos e até uso rimas,
Mas poeta, não sou… sou como
Qualquer outro amador, que
Escreve o que pensa, sem pensar
No que vão pensar. Por isso, poeta, não sou
Uso um linguajar simplista para mostrar
Os factos de forma realística.
Por isso, poeta, não sou… sou pequeno demais
Para ser um, não quero limitar-me; quero apenas
Escrever sem rumo, até isso matar-me.
Portanto, poeta, nunca serei...
JonasMT é uma lacónica simplificação de Jonas Mário Tivane. Estudante finalista de Administração Pública na Universidade Joaquim Chissano, com uma enorme afeição pela Arte no seu todo, mas dando destaque a Fotográfica e a Literária. Jonas é, ainda, um embrião no mundo literário, com vários escritos no seu portefólio pessoal (alguns dos mesmos publicados nas redes sociais), mas tendo apenas participado, até então, na organização, elaboração e publicação oficial de uma colectânea de textos intitulada “Alguns Bocados deste Mundo (Des) equilibrado”. É Seguidor e Defensor de Causas Sociais, por isso, todos os escritos por ele exarados roçam os problemas que enfermam a sociedade no quotidiano, toma a Arte como um refúgio e como um meio para influenciar outrem positivamente.