Há um vírus pior que a COVID-19




Há um vírus pior que a COVID-19
Jaime Bonga
A palavra informação propositadamente incute em si o termo formação. Digo propositadamente porque sou da opinião de que o acesso à informação é uma via prolífera de formação ou auto-formação. Quando bem veiculada e bem recebida pode ser uma semente que cai em terra fértil e desenvolve-se. É através dela que guiamos o nosso pensar; cada um tem um conjunto de informações que nutrem o seu modo de ser e estar. Faria uma analogia com a programação de um computador ou de uma aplicação, veja-se que estes funcionam de acordo com a “linguagem codificada” que receberam, de igual maneira, nós os seres humanos somos gerados num contexto de informações que bem ou mal formam-nos, dependendo da selecção que se faz ao digerir certa informação.
Em tempos de Covid-19 (do inglês Coronavirus Disease 2019), a excelência da informação continua em cena. As autoridades de saúde veiculam dizeres formativos na luta contra esta pandemia através de vários dispositivos audiovisuais. A sensibilização é bastante notória, mas para um vírus desta envergadura, bastante é pouco, nunca é suficiente. Por outro lado, não podemos tapar os olhos para os ganhos que se vislumbram por conta da difusão de informação, estamos, de certo, gradualmente a conhecer realmente com quem estamos a lidar.


Nos trabalhos que as escolas prepararam para os seus alunos ou mesmo durante a leccionação online, há uma invariável troca de saberes científicos que também chamaremos informações. Estas, indubitavelmente, caindo em terra fértil, produzirão fruto para a humanidade e será perpetuada em manuais ou obras tangíveis que transcendam os manuais.
Não se pode deixar de fora aquele que trabalha com ela: a comunicação social, que com notável perseverança, tem investido grande parte do seu espaço de antena para atingir às terras férteis humanas que, às vezes, parecem ser cada vez mais escassas. É esta comunicação social que nos faz saber de conterrâneos que por puro deleite do acto de desobedecer põem-se à rua para espalhar o ar da sua desgraça e fraqueza epistemológicas.
Mesmo por aí começaria a fazer sentido a selecção do nosso tema. É que estamos todos cientes de que realmente há muita informação veiculada, contudo, vêm à mistura também banquetes de desinformação. Mentes maquiavélicas que se deleitam em fazer o plantio e propagação do medo, pânico, desespero, da histeria e tantos outros males afins.


Percebamos, caríssimos, que estamos num momento bastante delicado cujo fim está dependente da sanidade mental de cada um de nós e não de uma parcela apenas. DEPENDE DE TODOS NÓS JUNTOS. Entendamos que os males que uma informação mal dita pode causar dissabores inimagináveis, pode-se desperdiçar esforços humanos e monetários que podiam estar a ser usados para a mitigação da doença em aspectos banais quanto este, por isso partilhemos apenas as informações oficias provindas de fontes outrossim oficiais e autorizadas para o efeito, contenhamos as suposições e os “dizem que” porque há muito oportunismo sociopatizado, assim, atenhamo-nos no que é realmente importante, prevenirmo-nos da doença individualmente e a todo e qualquer outro ser humano, ajudarmo-nos uns aos outros, informando com propriedade, pois o vírus tem uma capacidade estonteante de proliferação, mas pior que o novo coronavírus, é o velho vírus da deformação através da desinformação.


Por Jaime Bonga

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