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Chilungamo dedicava˗-se à pesca e caça para o sustento da sua família, oficios que aprendera do seu falecido Pai, enquanto a sua fabulosa esposa Wamaghukha de traseiros fartos e curvas perigosas como as ancas do Zambeze, naquelas suas quedas e cataratas quando incansavelmente, percorre o seu percurso rumo aos deliciosos beijos e afagos do Índico.
Ela era um rouxinol que incensantemente entoava seus melodiosos cânticos matutinos e vespertinos que alegravam a aldeia, razão pela qual o Rei Nhakwakwa nunca prescendia dos seus serviços sempre que recebesse uma visita protocolar. Wamaghukha além de ser uma cantora de mão cheia, também era uma exímia cozinheira e era capaz de preparar de olhos fechados todos os pratos da sua regiᾶo, mas tinha um e único problema, Wamaghukha era órfã de sigilo.
Ela era um rouxinol que incensantemente entoava seus melodiosos cânticos matutinos e vespertinos que alegravam a aldeia, razão pela qual o Rei Nhakwakwa nunca prescendia dos seus serviços sempre que recebesse uma visita protocolar. Wamaghukha além de ser uma cantora de mão cheia, também era uma exímia cozinheira e era capaz de preparar de olhos fechados todos os pratos da sua regiᾶo, mas tinha um e único problema, Wamaghukha era órfã de sigilo.
A vida do casal corria de vento em pompa até ao dia que o rei perdeu uma mala cheia de dinheiro e a sua varinha mágica com a qual fazia tudo menos nada, desde a sua comunicação com os antepassados para que lhe aconselhassem como dirigir os destinos do seu povo, pedir a chuva, ter boa colheita, pressupostos básicos para a harmonia e convivência sã entre os habitantes do seu povoado entre outros. A notícia espalhou-se à velocidade da luz.
Chilungamo havia sido o felizardo que fora agraciado pela felicidade de achar os pertences do Rei. Nhakwakwa prometeu recompensar a quem lhe desse o paradeiro dos seus objectos perdidos e apelou o bom senso do seu povo. O rei queria reaver a todo custo a sua varinha mágica devido ao verdadeiro valor da mesma. Chilungamo conversou com os seus botões e recordou o adágio popular segundo o qual DEUS não dá nas mãos, colocou a varinha mágica num local muito movimentado, enterrou o dinheiro, e contou o sucedido à sua gémea alma.
No final do dia antes de montar a rede no rio e armadilha no mato, Chilungamo, esculpiu um tronco e pintou a imagem do rei e colou-˗o um chapéu idêntico ao do Nhakwakwa, colocou-˗o no barco e empurrou-o rio adentro. No dia seguinte acordou com as galinhas e foi a caça. Na sua armadilha já gemia um coelho. O pescaçador tirou o coelho e levou˗-o para a rede de pesca e tirou o peixe da rede e colocou-o na armadilha do coelho e regressou a sua casa. Acordou a esposa e aconvenceu˗ a irem juntos a pesca e caça, por ter sonhado com muita carne nas suas armadilhas e muito peixe na sua rede de pesca, tentou convencer a sua esposa que aquele era o poder da varinha mágica do rei. Quando, lá chegaram, Wamaghukha ficou boquiaberta e não acreditou nos seus olhos, enquanto o Chilungamo fingindo estar surpreso, aproximou-se e retirou o peixe da armadilha, já no rio retirou o coelho da rede de pesca e de depois gritou WAMAGHUKHA e em voz baixa disse olha o parvo do rei no barco a procura da varinha mágica e o dinheiro.
E WAMAGHUKHA aconselhou o marido a deixar o peixe e o coelho e voltar a aldeia, o que o seu marido refutou. Quando chegaram a aldeia venderam o peixe aos aldeãos e ofereceram o coelho ao inconsolável rei.
O tempo passava e o rei andava aliviado por ter recuperado a varinha mágica, porém como o seu dinheiro continuava à solta a “sua majestade” teve e orquestrou um plano maquiavélico para deter o meliante. Preparar uma grande festa à moda africana com muita comida e bebida, só assim a presa morderia a isca. Estava convencido que ia pegar o malandro, pois após uns copitos as pessoas têm tendência a desabafar. A festa estava animada e todos, comiam, cantavam e dançavam. Chilungamo vendo a sua esposa a dançar, a falar sem parar, aproximo-˗se dela e a aconselhou a irem para casa. Como a festa estava no seu auge, Wamaghukha pela primeira vez rejeitou uma ordem vinda do seu digníssimo esposo.
Ela estava embriagada e possuída pelo álcool, atirou se ao chão, enquanto gritava, esperneava, gesticulava e humilhava o seu marido e aos prantos, naquela orgia a bomba rebentou.
Wamaghukha era órfã de sigilo e disparouːu um palavrão atrás de outro palavrão.
Aldrabão, cabrão, ladrᾶo, nᾶo sei como consegui viver, sobreviver e dormir abraçado a ti, assassino, me obrigaste a conviver com essa mentira, mas já não aguento mais, hoje vou explodir, nega se quiser, apanhaste a mala cheia de dinheiro do rei e a varinha mágica, e apenas devolveste a varinha. Ficaste com todo o dinheiro.
O ambiente gelou e o rei ordenou a sua tropa a algemar, chamboquear e prender o pescaçador. A sua majestade aproximou-se do dito-cujo e perguntou-o, porque havia feito aquilo. Ele prontamente respondeu. Por amor a essa mulher acabo de ser humilhado em público, senhor meu rei é com muita tristeza e mágoa que perante essa magna assembleia terei de admitir que casei com uma venenosa mulher, nᾶo sei donde ela terá tirado essa ideia. Com essas palavras pisou os calos da esposa, e sendo esta explosiva, voltou à carga.
E sem pedir permissão disse: aqui o único mentiroso, maldoso e criminoso, é o meu marido, aliás o meu ex.
Senhor meu rei, recordo-me como se fosse ontem daquele maldito dia em que o rei levou o barco e zanzou pelo rio desesperado à procura de dinheiro, este homem levou-me às suas armadilhas e quando lá chegamos ele havia pescado um coelho e caçado muito peixe e porque me recusei a confeccionar tanto uma como a outra coisa por nunca ter visto algo idȇntico,a consenlhou-me a vender o peixe no povoado e a oferecer o coelho ao Rei como prémio consolação se estiver recordado.
Após esta tão grave acusação sem fundamento aos ouvidos do rei, este não se fez de rogado, e de imediato mandou soltar o homem, ilibando-o de todas as acusações que pesavam sobre ele e prometeu indemnizá-˗lo e em seu lugar mandou prender a linda rapariga órfã de sigilo.
Passado algum tempo o pescaçador, foi indemnizado pelo Rei, desenterou a sua fortuna, casou-se com a filha do rei e com ela teve vários filhos e viveram felizes para sempre.
Por MINYETANI KHOSSA