1.
Minha Mãe
O que adianta tanto luxo,
Casas gingatescas e cabelos de ouro
Se amanhã terminará como lixo e em quarentena na cama do hospital central
Porquê tantas esperanças
Se o vírus da corona, tarde ou cedo acabará com a tua raça
Como se não fosses desta nação.
Pergunta África, Europa e Ásia, minha mãe
Porquê grandes cidades encerram as fronteiras e dão prioridade às clínicas e hospitais.
Porquê tantas máscaras nos rostos e nenhuma dose para curar?
Diz-me mãe; Se isto é o fim do mundo ou uma aberração.
(Ernesto Moamba)
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2.
Minhas pe(r)nas não alcançam o oriente
atravessei trilhas férreas
os mares da Itália, até o toque de recolher
eu me recolho, asas de molho
#EuFicoEmCasa
mas não chegam notícias da África.
(Marleid Lins)
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3.
Libertaste o teu Vírus Mãe Terra
para aprisionar aos humanos.
Agora tua fauna corre livre
No ar límpido
ante a redução das nocivas emissões.
Aves e rios entoam cânticos
até ontem esquecidos.
( Arturo Jimenez Martinez )
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4.
Nos deixaram ao léu sob o sopro bento,
cumprindo o degredo dos retiros
numa quarentena de resguardos,
ao repique dos sinos e unguentos.
Só o ceu a aplacar a fúria do vírus.
(Vladimir Queiroz)
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5.
tornou o mundo um caos infernal
que levou as isolamento social
e esse ócio forçado estimulou os poetas
criar entretimentos driblando o isolamento.
falando de amor em tempo de pandemia.
(Josmar Divino Ferreira)
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6.
Eis meu grito de atenção,
De alerta, socorro, enfim:
"Ao coronavírus: Não!
À saúde, digo: Sim!"
( Stelio Torquato Lima)
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7.
O vírus traz a desgraça
e o mundo, na contramão,
redescobre, por pirraça
que somos todos irmãos!
( LUIZ ANTONIO CARDOSO)
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8.
O vírus que agora causa
ao mundo tamanha dor
também é chance de pausa
para espalharmos o amor.
(Edweine Loureiro)
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9.
O que nos separa chama-se ódio e preceitos caducos
O antídoto global também é viral
Hora da raça humana erguer a poderosa arma, focar o alvo
disparando o Amor
Conscientização.
Ato de amor.
(Sandra Ornellas)
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10.
Sem o calor do abraço
Sem beijo e aperto de mão
Devemos nos resguardar
E dar ao outro, proteção
Desenvolver a empatia
Essa é a reflexão
Não precisa aflição
Tudo isso vai passar
O afastamento é temporário
Para o vírus arredar
(Fátima Teles )
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11.
Iremos todos acordar na certeza de mudança
Para melhor nestes momentos de aflição
Não se sente desigualdade social
Não interessa a cor o sangue é sempre igual
Somos sensíveis de coração.
(Maria Lúcia Saraiva)
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12.
Uma bandeja de pão;
Cento e oito mãos.
O vulnerável e as unhas;
A fome não tem medo.
Só o burguês está em casa,
(Lava as mãos),
E tem falta de ar.
(Paulo Rodrigues)
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13.
Todos os cantos... Estão contaminados!!!
Baixe seus ouvidos para mim ó meu Deus.
Meus Pais, Tios e Primos...
Foram infectados pelo Coronavírus!!!
Quem vai estancar minha lamúrias???
( Poeta Mafala ya Mbumba)
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14.
A solidão nos afaga
Aproximar nos separa
O medo nos tira o ar
Mas quando cairem
Todas as máscaras
Descobriremos o
Infinito no poder
De amar.
(Luiza Cantanhêde)
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15.
Os quatro cantos (do meu diminuto
mundo). Mas agora faz sentido.
Mas não pode ser. É um equívoco!
Sim. É um equívoco, mas está aqui.
Estou com fome e não sei mais
usar as mãos.
( Nathan SouZa)
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15.
Saúde sim é vida
Pavor e dor é morte
Terás em Deus guarida
Esta é a maior e melhor sorte
Apenas assim seremos fortes
(Fátima Martins Ribeiro)
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17.
Corona bem vindo a minha casa
Fugir-te-ia mas não tenho outra morada
Aqui descansa meu corpo dos odores da vida
Sinta-te avontade porque aqui tudo é bem vindo
Fome
Sol
Ventos e Chuvas.
( Maria Raufa )
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18.
Há uma calamidade no mundo
diante de uma profunda lamentação
onde os sábios perderam o controle
onde poetas clamam pela liberdade,
pois sabem que todos estão presos na mesma canoa.
( EDMAR LEAL )
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19
Seremos sorteados?
Esse sim, esse não?
A morte escolhe os antigos
porque tem pressa?
É um jogo de damas?
Já não se pode tocar
o amigo, pele com pele,
nem preparar um domingo
para todos.
Os que estão longe,
já não se pode trazê-los,
apenas sussurrar
seus nomes
no vento.
( Roseana Murray )
Agradecimentos:
À todos amigos Escritores, colegas e companheiros das Letras da nossa lusofonia que merecidamente aceitaram colaborar com seus maravilhosos poemas nesta III Edição de projecto Universo. Dizer que apesar da distância e do momento triste que estamos a enfrentar desejo á todos uma optima quarentena, luz, saúde e sucessos na vossa carreira literária. Prevenção em primeiro lugar. Obrigado de coração.
Ernesto Moamba- Escritor de Moçambique (Fundador do Grupo Lusofonidades-Divulgando Literatas Lusófonas e Idealizador do Projecto Universo)