@ig_skyvibes |
1. Curta vida ao Rei
Será que é este o fim do mundo?
Será que é este o fim do mundo?
Pandemias
não são pandas que miam;
O ego atingiu a pequenez,
em curso: resgate da sensatez,
em alguns ainda germina estupidez,
Já está demasiado suja nossa mão!
Eis aqui corona lição:
Pátria à parte,
Euro à parte,
Libra à parte,
Dólar à parte,
Yen à parte,
Território ou extensão...
SOMOS TODOS IGUAIS.
Que saúde qual o quê?!
Quando discriminação
foi pretexto para prevenção?
Sugiro: Sumo Exercício da Razão
Cura?
Dizem pertencer
aos homens de pouca ganância;
Ego?
(Nunca foi Deus...) Está morto.
Medo? Eufemizendo:
Só um pouco;
Pânico? Generalizado,
Povo desinformado!
Fé?
Em vias de extinção;
(Ou renovação?)
Cultivada em cativeiro,
Nem Deus nem dinheiro,
Nem Oração Pagã ou judeia,
Nem ONU ou união europeia,
Nem OMS ou Edison
Que acenda a lâmpada
"Só existem duas nações:
A dos vivos
E a dos mortos"
@doriglory3110 |
2. Curta vida ao Rei II
Eu quero beijá-la,
Eu quero abraçá-la,
Quero segurar sua mão,
Quero entrar no seu coração,
Quero estar juntinho à ela,
Quero ver o sorriso dela,
Que rei vem a ser esse?!
Rei? É ditador!
Di-ta-dor!
Em tempos de vírus,
Não há lugar para o amor,
Querem matar meu romantismo,
E agora? Realismo?
Lava Lava
Lava mão,
Chora Chora
Coração,
Já dá positivo
O coração;
Vírus-extintor
Dessa paixão,
Vírus-praga
Na nossa plantação,
Querem matar meu romantismo,
E agora? Concretismo?
Cala-me vírus!
Vírus-extintor,
Vírus-praga,
Vírus-extinção,
Vejo no globo
Gigantes de egos pequenos,
Animais viraram animenos,
Anões (re)ncolheram os dedos,
A Casa Branca assiste
À futilidade dos muros,
Vida ou Dinheiro,
Integridade ou Diplomacia,
Nem KGB, FBI ou CIA
Que 2020 seria assim
Ninguém sabia!
E talvez ninguém
pudesse saber.
Bem-vindo
à era do Eremitério
Cresce em demografia
(na Camunda ainda não)
Os cemitérios;
Vê-se já na rua:
Carnaval de máscaras azuis,
Ouve-se até na Lua:
Nossos gritos de medo
Neuroses e histerias
Hospital Psiquiátrico
Está cheio!
Peste negra do séc.XXI?
Peste do rei sem trono,
Cão! Vagueando sem dono,
Peste do rei sem trono
E de súdito nenhum!
3. Curta vida ao Rei III
-Eu não sou louca.
Claro que não és!
Louco sou eu, não vês?
Tua voz rouca?
Minha memória oca
Precisava mais do teu rosto
Em minha mente;
Lobito que nos separa,
Física que nos une,
Sorrisos escondidos por máscaras,
Longínquos assuntos,
Prisão (Prevenção) Preventiva,
(Qual antena?)
Prevenindo, lutando e inventando
Abraços sem braços,
Beijos sem face ou lábios,
Apertos sem mãos,
Africanidade sem proximidade,
Fúteis fronteiras,
Frágil fragilidade humana,
Fútil fundo financeiro,
Fim do fundo sem dinheiro,
Fechem alas ao vírus!
Mundo mundou!
Envirusado mundo mundano
E mundado;
Tomates dos mercados vermelhos,
Couve de 19,
Corrói na vírus,
corrói na alma,
Enxotamo-lo da nossa cama...
Já nos invadiu os sonhos
Presente é exclamações,
Futuro é reticências,
Envolvido o planeta
Em atmosfera de incertezas.
4. LAMENTANDO, OLHANDO TEU RETRATO
Tu nunca me irás deixar
ficar
a um palmo do teu peito...
e tirar
teus óculos...
ver abrir-se um sorriso no teu rosto
e fechá-lo com um beijo.
LAMENTANDO, OLHANDO NOSSO RETRATO
Talvez,
esse momento nunca se repita.
Talvez,
tenha sido sorte.
Talvez,
Ser amado...ainda
não tenha chegado minha vez.
LAMENTANDO, OLHANDO TEUS RETRATOS
Sou um com os cantos,
com os lamentos
que escrevo
por culpa dos teus retratos.
Lamento não receber
suspiro de vida desses lábios.
Lamento não te ouvir dizer:
eu te amo.
Lamento por não mais saber
o que fazer, para que
do mesmo jeito que olho p'ra ti...
tu olhes p'ra mim.
Silencio minha alma
quando ouço teu nome.
Entristeço meu rosto
quando ouço teu nome.
E invento mentiras
para esconder isso.
Cabisbaixo-me todo!
Quando vejo tua alegria,
gozando minha tristeza.
SÓ QUERO QUE ME AMES!
Só quero que me ames
e que me navegues
e que me enlouqueças
e que me deixes louco
e que me namores
e que me temperes
e que me entres
e que não me abandones
e que me enfeitices
e que me deixes te amar
e que pares de me castigar!
AMALDIÇOAM-TE!
Amaldiçoam-te!
Quase que as palavras
viram chicote,
por saberem do meu amor
e de tua enorme indiferença.
"Vais morrer sozinha"
Dizem algumas vozes.
TEEEEMO!
Pelo dia...
que dirás...que me amas
e eu direi que te amava.
Não imagino...
não cabe em minha mente:
a chegada desse dia.
@new_and_abstract |
5. Ontem vi no céu
Ontem vi no céu
Estrelas, Lua e Vênus,
Vênus, Lua, Estrelas,
Brilhando, brilhando
Vênus no horizonte,
Lua não sei onde,
Estrelas por todo o lado,
Fizeram do céu, seu povoado
Lua, Vênus, Estrelas,
Todos reluziam,
brilhavam,
foram vistas nas janelas
Eu vi, ninguém me contou!
Eu vi, ninguém me contou!
De todos eles no céu...
Foi Vênus quem mais brilhou
Vênus nos meus olhos,
Estrelas nos meus sonhos,
Amor em meu peito,
Poesia nos dedos,
Pois é, foi Vênus quem mais brilhou
Eu vi, ninguém me contou,
Pôde até ter sido Vênus, mas eu
prefiro pensar que foste tu!
Ninguém me poderá tirar da cabeça...
Nem muito menos matar a crença
Que foste tu
Noite marcelina,
Brilho venusiano o teu,
Admirador secreto o teu...
Admirador secreto sou eu
Que Van Gogh qual o quê?!
Noite Estrelada
quem pintou fui eu
com o pincel qu'ela me deu
Chamem-me louco!
Eu dormi no céu,
cabeça sobre a Lua
e os pés em Marte.
6. Solidão de Poemas
Estou no meu canto
no canto do mundo
e no canto do meu quarto
em uma só solidão
Não uma simples solidão.
É uma solidão de poemas.
Em que molho a caneta
com gotas do bebedouro
da minha inspiração
Deste bebedouro
tiro, às vezes gotas,
às vezes mares,
às vezes gotículas, às vezes nada
mas sempre poesia
Este é um bebedouro sem igual!
É um místico bebedouro;
às vezes jorra ouro,
outras vezes chumbo
mas sempre poesia
Bebedouro, às vezes distante
Bebedouro, às vezes perto
Às vezes tão presente
Às vezes tão ausente
Às vezes jorra rio
Às vezes jorra mares
Às vezes jorra lagoas
Às vezes jorra lagos
mas sempre oceanos de poesia
Oh bebedouro!
Há vezes em que
me matas com tua frieza
Outras vezes banho-me
em tuas águas termais
Oh bebedouro!
Seria um mar de rosas de poesia
se estivesses em meu quintal
Dar-me-ias gotas,
gotículas,
às vezes mares, às vezes nada
mas sempre oceanos de poesia
«MOLHAS MINHA CANETA
COM TUA ÁGUA»
7.
Disse-lhe: dá-me um abraço...
Respondeu: vou buscar algo...volto
(Pensando em sei lá o quê)
Oxigénio foi feminizado
Estou morto ela não está voltando
Tenho a esperança no punho
Amar não é para todos
Chorar não é triste, é desgosto
Lindo não é poesia, é teu rosto
Burro n'é jumento, sou eu
Coração não é carne, é teu
(O descupido é para todos!)
O cupido não tem pontaria,
Precisa d'óculos tem miopia,
Provoca acidentes na via,
Devia reformar-se!
Lugar de coração é no peito,
Pensar não é coisa de coração,
Ama desmedidamente,
Sofre imensamente
Poetas também sofrem d'amor,
Poetas também sentem dor,
Poetas amam o jardim,
Mas só querem uma flor,
(Poetas precisam de poesia)
A poesia nos meus dedos
Vem dos teus olhos,
O amor é a caneta
o miocárdio o papel
O silêncio e negação
são a Torre de Babel
(Nem todos são felizes)
Poeta cabisbaixo, miúdo enciumado
Amor rejeitado, amor envirusado
Ainda a amo? Só um bocado
Corpo dela? Um atentado
Urbe sem poesia
Traços de elegia
Asfalto cimentado
Buracos na via
Miúdo assanhado
Miúda sem ousadia
Acesos os olhos dela
Doloroso o não dela
Se calhar não vale a pena
Ter o amor dela
(P'ra quê querer mulemba
Quando temos embondeiro?)
Se flor-de-lis não me quer...
Que saiba ela:
Tenho galárdias
em meu canteiro poético
Por Jorge Pimentel
Jorge Pimentel é seu nome, aos 23 de Janeiro de 2003 viu a luz; escreve desde o ensino primário, faz poesia há quatro anos. Reside em Benguela, província de Angola; estudante de estomatologia no Instituto Técnico de Saúde de Benguela.
Apresenta-se aqui em carne, osso e poesia.