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Acordei com uma leveza inigualável. O corpo suava em homenagem às exigências dos meus pensamentos. Encostei a nuca às almofadas e comecei a imaginar a jovem com quem feito tinha sexo na noite anterior. Era uma indiana com uma fanfarronice igual a das tias divorciadas e sem rumo. Mas, confesso, ela tem uma magia entre as pernas e, qualquer um que lá visita, certamente, tem vontade de monopolizar o brinquedo. Sim, é um brinquedo porque ela quebra os padrões que comprometem à vivência. Aconselhava-me a gritar caso sentisse mais prazer em relação a ela. Proibia-me de tocar alguma música para fingir um clima de proximidade ou tesão. É da velha escola e defende que, se possível, os vizinhos devem acordar e aplaudir a selvajaria na cama. Não me opus e afastei o computador da mesa-de-cabeceira e insistentemente fui conhecendo o mais longínquo canto do prazer em Celine. Acordámos e fomos ao supermercado juntos. Curiosamente, os homens comiam-na pelos olhos e na medida em que nos afastávamos ouvia-se sussurros de cobiça.
Aquele brinquedo movia-se ao meu comando e era incansavelmente ágil. Tirei lágrimas no momento de uma luta justa e prazerosa. “Afunda" era a palavra de ordem e eu, infelizmente, já andava um pouco esvaziado. O descanso recarregou as forças escassas. Fui dito para obedecer e ficar em silêncio. Foi um desafio porque o anal dela ultrapassa qualquer coisa que seja doce. Suspirava impiedosamente e, nalgum momento pensei em soltar um haaa ou uff. Lembrei-me do desafio e fui aguentando aquele massacre ao meu órgão. Sinceramente, agora entendo a causa de alguns homens. A fidelidade é um acidente raro.
A Celine disse a putaria é uma das melhores palavras que existem. Os homens devem ser desinibidos e fazerem a prova oral em tudo momento em que o ego exigir. Disse ainda que a pior escravatura é ser dominado pelo medo e seguir padrões cuja origem desconhece. Ela tem dom de mobilização ou o sexo induziu-me a acreditar em tudo que ela dizia! O facto é que a Celine espalha a boa nova com evidências. Faz do argumento um facto. Converte uma utopia em uma experiência inequivocamente inultrapassável.
Às vezes prefiro masturbar-me a sujar lenções com essas meninas das bandas. Desde que ela se foi, assisto aos vídeos que fizemos e choro com a varra enchendo as calças. É preciso aceitar o inferno e eu fi-lo consciente. Em menos de um dia sucumbi nos cantos do corpo da Celine e ela nos meus. Enfim, a Índia mudou minha vida porque hoje eu sei qual é a utilidade dos brinquedos. Como Bukowski, vou me transformar em uma máquina de foder. Mas preciso de uma outra igual a que me dava chapada, não para imitar as fantasias das novelas ou dessas pornografias. Ela gemia com fervor e reclamava por prazer e dor em simultâneo. Engolia o sêmen e dizia que é melhor que iogurte.
Por Jorge Azevedo Zamba