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1.
Dormes e eles matam-te
Dormes e eles matam-te
Sonhas e não acordas
Num mundo obscuro, sem horizontes sem paz
Porque te deitas nessa dor?
Suas lágrimas precisam descansar
Roupas húmidas e molhadas de suor.
Sonhas e não acordas
Num mundo obscuro, sem horizontes sem paz
Porque te deitas nessa dor?
Suas lágrimas precisam descansar
Roupas húmidas e molhadas de suor.
Dormes e eles matam-te
Tu nem sabes da cacimba que faz lá fora.
Deitam-te de esperanças e fazes-te de barro;
Tu nem vens, tu nem vais...
Durma, durma bem mas não te chores,
Não te chores das dores da corrupção, do vendaval, da negritude, dos terremotos, das virgens, dos bárbaros, da burocracia, dos crentes fanáticos, dos contratualistas, da morte e da vida…
Não te chores, porque choras?
2.
Amor
Sem razão, diga-me um sorriso que atiça
Um poeta que não escreve poema
Um pôr-do-sol ao amanhecer.
Porque
Na alvorada, abraçamos nossos lábios empoeirados
Beijo-te os pés, a saber, sonhamos sonhos que não podemos contar...
Quero-lhe ser um poema,
Daqueles que lhe trazem de volta aurora do amar
Pajem que ama donzelas, pouse!
Dê-me uma razão, diga-me um sorriso;
Puja e pose de rubro.
Aos passos de hiena, venho,
Quero ser-lhe um poema;
Um poema que chega lá no fundo da vida,
Que me esqueça do vendaval.
Um sonho que não se sonha,
Um poema que não se escreve…
Pajem puja, pouse e pose de rubro,
Aos passos de hiena, venho.
3.
Sem razão, diga-me um sorriso que atiça
Um poeta que não escreve poema
Um pôr-do-sol ao amanhecer.
Porque
Na alvorada, abraçamos nossos lábios empoeirados
Beijo-te os pés, a saber, sonhamos sonhos que não podemos contar...
Quero-lhe ser um poema,
Daqueles que lhe trazem de volta aurora do amar
Pajem que ama donzelas, pouse!
Dê-me uma razão, diga-me um sorriso;
Puja e pose de rubro.
Aos passos de hiena, venho,
Quero ser-lhe um poema;
Um poema que chega lá no fundo da vida,
Que me esqueça do vendaval.
Um sonho que não se sonha,
Um poema que não se escreve…
Pajem puja, pouse e pose de rubro,
Aos passos de hiena, venho.
3.
Poesia cósmica
Não me pergunte para onde foi o amor que brotou do caos
Os ciclos que sustentavam o nosso amor,
Como os que sustentam a terra
Não me pergunte para onde foi o amor que brotou do caos
Os ciclos que sustentavam o nosso amor,
Como os que sustentam a terra
As brigas têm sido giros sem voltas
Como tem feito o sol para com a terra
Cansei de me mover para manter a rotação dessa relação;
Enquanto ficas fixo esperando a amanhecer e anoitecer
O que fazes por nós?
Vai, com o seu verde das árvores,
Cansei de me mover para manter a rotação dessa relação;
Enquanto ficas fixo esperando a amanhecer e anoitecer
O que fazes por nós?
Vai, com o seu verde das árvores,
Meu ar, leve-o junto
Minha atmosfera que me protege da radiação cósmica
Vai, evapore Forme nuvens para quem hoje é o teu querido céu
Mas não te esqueças
Tu voltarás como chuva
Chorando e gritando.
Minha atmosfera que me protege da radiação cósmica
Vai, evapore Forme nuvens para quem hoje é o teu querido céu
Mas não te esqueças
Tu voltarás como chuva
Chorando e gritando.
4.
Às vezes choro,
Arrebento as pálpebras
E Despejam-se rios em mim,
Derrubo em meu coração lindas obras...
Às vezes sinto pavor de mim,
Revolto-me e desperto de menores erros;
Acorrento-me e machuco-me
Às vezes sinto que vale a pena despir,
Perder logo,
Pisar-me feio e bagunçar-me
Às vezes melhor assim,
Que ser fantasma de mim
Erguendo a cabeça
Num caminhar sobre o chão da dor
Ser sofredor e ainda gozar o sorriso
Ferir
Continuar no lodo
Às vezes a dor me enfrenta sob uma cortina…
Mas depois levanto-me,
Sou África,
Levanto e caminho...
Lentamente mas levanto, nessa leveza obscura.
África não chora!
Arrebento as pálpebras
E Despejam-se rios em mim,
Derrubo em meu coração lindas obras...
Às vezes sinto pavor de mim,
Revolto-me e desperto de menores erros;
Acorrento-me e machuco-me
Às vezes sinto que vale a pena despir,
Perder logo,
Pisar-me feio e bagunçar-me
Às vezes melhor assim,
Que ser fantasma de mim
Erguendo a cabeça
Num caminhar sobre o chão da dor
Ser sofredor e ainda gozar o sorriso
Ferir
Continuar no lodo
Às vezes a dor me enfrenta sob uma cortina…
Mas depois levanto-me,
Sou África,
Levanto e caminho...
Lentamente mas levanto, nessa leveza obscura.
África não chora!
5.
Provavelmente
Provavelmente eu não faça mais nada do que me aconselham;
Cansei de falar pelos outros,
Vestir e andar como os outros,
Cansei de me sentir inferior;
Achar que as minhas ideias são inúteis,
Meus pensamentos remotos, meus princípios antigos.
Provavelmente eu não faça mais nada do que me dizem;
O mundo está cada vez mais oculto,
Já não sei quem está sendo sincero;
Estamos todos opinando na vida dos outros,
Revogando a nossa.
Sinto-me falsa, quero ser eu!
Provavelmente eu não faça mais nada do que me aconselham,
Imagine eu, vivendo a vida dos outros, não, não;
Definitivamente, nada mais farei
Provavelmente
Provavelmente eu não faça mais nada do que me aconselham;
Cansei de falar pelos outros,
Vestir e andar como os outros,
Cansei de me sentir inferior;
Achar que as minhas ideias são inúteis,
Meus pensamentos remotos, meus princípios antigos.
Provavelmente eu não faça mais nada do que me dizem;
O mundo está cada vez mais oculto,
Já não sei quem está sendo sincero;
Estamos todos opinando na vida dos outros,
Revogando a nossa.
Sinto-me falsa, quero ser eu!
Provavelmente eu não faça mais nada do que me aconselham,
Imagine eu, vivendo a vida dos outros, não, não;
Definitivamente, nada mais farei
Por Lizete Sitoe
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