sempre tempero minhas lulas com xixi de macaco

sempre tempero minhas lulas com xixi de macaco


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a pé nu e com ardente velocidade nos calcanhares - um jovem alto, mestiço, com barba abundante - vem correndo pela avenida 25 de setembro, dobra a esquina da pep, projecta-se em diagonal para a outra berma da estrada. atrapalhado, quase é atropelado por um coaster, cujo motorista imediatamente grita-lhe: ‘’fadaputa!!’’
o jovem finge não ter ouvido o antipático complemento. azafamado, voa em direcção à terminal "anjo voador". sobe no primeiro parqueado machimbombo que encontra. senta-se no último assento das traseiras. troca de camiseta. assenta um chapéu na sua esférica cabeça. respira fundo. finge total calmaria. todos passageiros olham-no, minuciosos. a motorista comenta com seu desdentado cobrador:

- é surume, papá, não há outra coisa...

claro, aos olhos de todos, não haveria outra palpável razão que justificasse aquele tipo de comportamento em pleno quentíssimo  meio-dia [em que o calor dilata a litosfera, torra as coxas do chão, abre crateras no alcatrão e frita pássaros em voo alto]

- cobrador, é para onde este chapa?, o jovem pergunta
- vai no magoanine, não viste a placa antes de subir?
- porrah, estou ferrado joh... quero um zimpeto,

o jovem levanta-se, tenciona descer, mas descarta a ideia, volta a sentar-se, finge estar perdido nas profundezas de um gigante sono, ronca mais que um porco. os outros passageiros ficam perplexos tentando perceber-lhe os motivos de tanta lufa-lufa. o cobrador   salienta:

- o gajo só pode ter apanhado bom surume, já não é normal…

alguns passageiros riem-se, mas muito antes de interromperem as risadas, vêem uma dúzia de esbeltas mulheres acompanhadas por um polícia atravessando a estrada em frente ao milenniumm bim prestige. estas mulheres estão só de calcinhas "fiodental", que de tanto serem ínfimas afogam-se entre as suas enormes bundas vibrantes; nada lhes cobre as partes superiores do corpo, os peitos assemelham-se a volumosas melancias. o trânsito pára. todos homens cruzam as mãos nas nucas, admirados,  esbugalham os olhos, ficam hipnotizados, silvam como grilos, salivam como cães. seus "anacondas centrais" enchem as calças e quase arrombam os cintos
o desdentado cobrador emociona-se. grita:

- xiiii... hawenaaahh... olham lá aquelas  massinguitanas ali

- hiiii... meu irmão, se eu fosse homem, com uma dama daquelas eu nem podia apanhar sono... era só comer as lulas sem parar até libertar fumaça na cabeça do pénis - a motorista remata

todos passageiros levantam-se, esticam os pescoços, ficam a contemplar aquele delicioso espectáculo de meia-nudez ambulante.  o único que permanece sentado é o jovem mestiço que continua a ronronar. as seminuas mulheres avançam enquanto explicam ao polícia o que lhes apoquenta. todas estão com os nervos à flor das vozes. não se importam com os gritos de escárnio e espanto que germinam arredores
quase na estátua n'wanyoka, o polícia interpela um menino que "ambula" na praça vendendo bolachas, faz-lhe breves questões. no fim, o menino levanta seu dedo indicador direito, aponta o machimbombo no qual está o jovem mestiço
sem demoras, as mulheres ficam mais nervosas e caminham em direcção ao machimbombo. a mais clara e com mais curvas corporais vocifera:

- aquele moço vai me saber muito bem, não vale me subir e não me pagar, ariii... ou então não me chamo maria tsokotsa,

volvidos poucos segundos, o polícia e as mulheres sobem no machimbombo. os passageiros pasmam-se. as mulheres nuas fazem uma observação microscópica a todos. subitamente, tsokotsa grita:

- é aquele mulato no backseat. nome dele é abibo mapfinyana...

o jovem levanta-se e riposta:

- eu não tenho medo de vocês, suas mulheres de má vida

- sou de má vida sim, mas me comeste com essa tua mandioca preta e torta. deves me pagar agora, as minhas lulas não são de borla

- vai ao inferno, você nem anima, cheiras peixe podre e és muito aguada

maria tsokotsa fumega de tantos nervos, transpira como se tivesse pirâmides de gelo no lugar da alma. diz:

- abibo, você derramou lágrimas  de tanta doçura que sentiu. eu sou a mulher mais doce de maputo porque sempre tempero minhas lulas com xixi de macaco

os gritos e os assobios triplicam-se no machimbombo. uma argola de gente vai-se engordando arredores

- afinal foram quantas rodadas, irmã? - o polícia pergunta à maria tsokotsa

- 6 rodadas bem dadas e ainda dei-lhe bacela de uma. no total foram 7… ele acabou 5 litros de gonozololo durante o acto...

- tem abuso esses mulato, comeu e agora não quer pagar - uma das amigas da tsokotsa reitera

- quanto está a dever? - o polícia volta a questionar

- 600 meticais no total, 100 por cada rodada, chefe!

- eu não vou pagar nada, maria você é um produto expirado, uma lata velha ambulante; ou então eu tiro 300 mts e ela tira o resto

- como assim?, o polícia pergunta

- eu não fiz sozinho, ela também esteve envolvida, até gemeu de tanto prazer, é injusto eu pagar sozinho…

a multidão gargalha
maria tsokotsa e as amigas entreolham-se, piscam-se os olhos. encolhem os dedos e edificam volumosos punhos. chegam muito perto de abibo mapfinyana. tsokotsa dá-lhe dois murros. abibo levanta-se disposto a lutar, mas não é dado espaço. as amigas da tsokotsa distribuem-lhe uma sucessão de murros e chapadas. só param quando a motorista diz:

- é melhor irem lutar lá fora, se não vão estragar carro do patrão…, também já estamos para ir embora

maria tsokotsa pega abibo pela gola da camiseta, o chapéu cai. porém, ela não pára, arrasta-lhe para fora do carro. e pergunta-lhe:

- vais me pagar ou não?

ele, apesar de já ter as bochechas grávidas de tantas bofetadas continua arrogante:

- nem morto…

tsokotsa administra-lhe mais um murro nos maxilares, e, abibo cospe saliva de sangue e três pedrinhas. passa a língua pelo vazio a averiguar; sente que perdeu três dentes

- vamos levá-lo à esquadra… - o polícia ordena

- é melhor algemar o gajo, chefe…

o polícia apalpa-se a cintura e declara:

- acho que me roubaram as algemas no machimbombo

- que vergonha, você é um polícia banana - uma das companheiras da tsokotsa comenta

- relaxa, chefe, nós havemos de algemar o gajo da nossa maneira

maria tsokotsa e as amigas tiram as calcinhas, ficam completamente nuas. juntam as calcinhas, rasgam-nas e improvisam uma corda. o polícia ajuda-as a cruzar os braços de mapfinyana nas costas. em seguida, com a improvisada corda, amarram-no,  o polícia dá-lhe um pontapé. mapfinyana cai, do bolso esquerdo cai-lhe a carteira. maria tsokotsa abre-a, vê 3 notas de 1000 meticais e uma de 200; leva as três de mil, entrega-as a uma das amigas; a de 200 enfia no bolso do polícia

- chefe, podes levar o gajo à esquadra

da multidão ouve-se uma voz rouca rasgando o ar:

- seu policial corrupto

o polícia responde:
- pfutseka… vai a merda você

maria tsokotsa e as amigas deixam abibo mapfinyana nas mãos do polícia e quando já estão para ir embora, abibo contesta:

- maria tsokotsa, devolva meu esperma… quero o meu esperma de volta...

***
por f.ac – todos direitos reservados ao autor
2019

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