Leia Capítulo 4 aqui
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Creio que já saibam o porquê da vossa vinda até aqui. Irei directo ao assunto.
O vosso filho esteve aqui ontem, disse que engravidou minha sobrinha Isaura e
que pretendia assumir, casar e morar com ela. A verdade é que eu não concordo
com essa união e quero vos dizer que ela não terá esse filho, senão vai
comprometer o seu futuro. Falei com alguns conhecidos meus e já acertei tudo
com eles, ela vai abortar.
Todos
naquela sala não acreditaram no que estavam a ouvir. Isaura não sabia se ficava
feliz ou triste com a decisão da tia, apesar de não a terem consultado. Arsénio
ficou calado, não entendia o que estava a acontecer.
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Desculpa, minha Senhora, o nosso filho disse que estava disposto a assumir o
que fez, por isso viemos aqui com todo o respeito nos apresentar para
formalizarmos essa relação. Não entendo como é que se tomou essa decisão de
aborto, porque o nosso filho disse que pretendia casar.
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A decisão de aborto já foi tomada, e não haverá casamento algum, espero que
respeitem a minha decisão.
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Eu não quero abortar. Gritou Isaura, visivelmente irritada com aquela situação.
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Você acha que terá algum futuro quando se esse bebé nascer? Não terás esse
filho e pronto. - Retorquiu a tia.
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Para nós o bebé será bem-vindo, e achamos que de cabeças quentes não iremos
resolver nada, agradecíamos que a nossa conversa continuasse amanhã.
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Ninguém está de cabeça quente aqui, e se acham que preferem vir amanhã podem
vir, mas a minha decisão vai continuar a mesma.
Os
pais de Arsénio despediram e abandonaram o local. Dona Joana não dirigiu nem sequer
uma palavra a Isaura. Também saiu e foi fazer os últimos acertos para o aborto.
Quando voltou, Isaura não estava, havia arrumado todas as suas coisas e saído
de casa. E enquanto a tia se desesperava em saber o seu paradeiro, Isaura
jantava pela primeira vez em casa dos seus sogros. Ela havia se mudado à
revelia da Tia para casa de Arsénio.
No
dia seguinte, a tia ficou a saber do paradeiro de Isaura, e tentou convencê-la
a voltar, mas ela recusou-se com receio de ser obrigada a abortar. As
tentativas foram recorrentes, mas sem sucesso.
Pedro
também soube do sucedido e foi logo falar com Arsénio.
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Ouvi dizer que engravidaste uma moça e está a morar contigo.
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Sim, é verdade, a moça chama-se Isaura, pretendo casar com ela. É a mesma que
esteve connosco na festa, você engravidou e não quis assumir, ela contou-me
tudo.
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Como assim pretendes casar ela, como assim? Eu é que engravidei, você não está
bem djo, não vês que está a ser matrecado por aquela baby?
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Se estou a ser matrecado ou não, isso não me importa, o que eu quero é que não
contes o que aconteceu a ninguém, para todos os efeitos eu sou o pai da
criança. Estamos entendidos?
Depois
daquela conversa tensa combinaram não tocar mais no assunto e cada um continuar
com a sua vida. Meses passaram, o bebé nasceu, e como reza a tradição, o casal
foi até a casa da tia para apresentar o primogénito, mas ela recusou-se a recebê-los.
O
tempo foi passando, e a tia continuava a recusar a visita.
Rito
Nobre
Continua…