Foi então que molhei a minha Calcinha

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Meu nome é Slaydy, sou uma gaja boa, acreditem!, sei que o homem muita das vezes só acredita quando vê, mas quero exortá-los a acreditarem quando se colocam em frente a um texto e começam a ler. Não vou me descrever porque quero vos livrar do encantamento, alguns já correm risco de trair suas esposas só por lerem o meu nome. Prazer, essa sou eu! Que homem não quer uma mulher como eu? Que só pelo olhar ocorrem-lhe orgasmos subsequentes, gemidos à flor da pele e do espírito; a fome passa, a desgraça viaja, a dor se mata, o amor enlouquece, grita e quase se atira do céu para na terra pecar à vontade.

Estou doente, esse bicho, essa vontade quer me levar ao céu muito cedo, mas não vou deixar isso acontecer porque sou forte e não vou ceder, não é a primeira vez que me encontro assim; da última vez quase me envergonhei, feito louca, corria de um lado para o outro, corpo vagabundando, espírito no espanto, estava sem ideia, todo mundo olhava para mim naquele estabelecimento bancário; eu agia como se estivesse numa eminente loucura, meu cérebro não estava a funcionar perfeitamente, parecia amarrada dos pés à cabeça mesmo estando completamente solta. Ora dançava, ora simulava uma partida de atletismo, uns riam outros se assustavam mas o que tanto sentia, outros sentem também, porém, cada um no seu momento. Foi então que pus em prática a simulação atlética e invadi o terreno d'alguém, havia lá uma caixa entrei e sentei UFF que alívio disse.

Hoje estou nesta bela cidade, limpa e brilhante a caminhar de um lado para o outro feito louca de novo, não conheço ninguém e ninguém me conhece, não há terrenos alheios para invadir só construções modernas, estradas limpas, praças lindas onde vou me sentar!! puxa!! estou frita e bem aflita, portanto essa aflição me faz dançar a procura de alívio. Não só eu estou aflita, assim como várias  pessoas espalhadas pelo mundo, se corro elas também correm, se danço elas também dançam, se grito elas também gritam, temos tantos hábitos em comum quando essa aflição nos pega, mesmo sabendo que cada um dança na sua hora, sua cidade e música, essa aflição vive desde a origem do homem, não escolhe raça ou etnia, cor ou religião ela pega quem quiser.

Depois de longo percurso finalmente estou perto de casa e as coisas parecem piorar, dá vontade de esquecer os vizinhos me despir mas não posso, serei vista como louca de verdade, passarei uma tremenda vergonha. Viro atleta e me ponho no asfalto, as pessoas me encaram mas pouco me importo, a aflição não é só minha, as dunas, covas não me interessam, passo por cima e dou de cara com minha porta, tento tirar as chaves elas tombam, apanho-as, procuro a principal, encontro-a e  enfio-a na tranca e ela cede, entro, a acção não pára, passo pelo corredor o gato me olha, arrombo aquela porta, luto com o meu ziper, baixo as calças e depois a calcinha, me sento na pia e UFF que alívio faço XiXi. Por pouco me urinava nas calças, mas molhei um pouco a minha Calcinha.

Por Richard Priminta