O que vamos comer nos próximos cinco anos: Algum tipo de galinha ou mais maçarocas?



A euforia pelo processo eleitoral em Moçambique tende a conhecer contornos  inquietantes. O batuque toca apenas em Gaza, terra que viu nascer Mondlane, Samora e Chissano. Mas, infelizmente, o governo prefere manter aquela província como um Museu de História da Pobreza. A maçaroca é distribuída à última hora, estamos no período da campanha eleitoral,  mas a nível da cidade a população receia comer. As galinhas andam enfraquecidas de tanto comer area e sofrer rasteiras todo ano eleitoral.

A campanha eleitoral que iniciou no  corrente mês é uma prova inequívoca de que a população, principalmente nas áreas urbanas, está cansada de comer maçaroca todos os dias. E, por isso,  só há panfletos nas ruas e avenidas. Aqui os partidos políticos como; Renamo, Frelimo e MDM, não caçam o voto, sujam propriedade privada e muros da cidade. O marketing eleitoral é paulatino, talvez a vinda do Papa Francisco, de certa forma, contribuiu para que os partidos reduzissem a ofensiva.  
O manifesto eleitoral dos partidos é, sem dúvida, um rascunho feito às pressas para enganar o povo. Mesmo assim, há chance de corrigir o erro. Ossufo Momade, Filipe Jacinto Nyusi e David Simango devem debater o seu manifesto eleitoral na televisão. A população moçambicana merece vê-los a rasgar o plano político do adversário e de seguida justificar.

Precisamos de líderes contundentes e que conheçam os anseios da população. O debate televisivo pode desmascarar os lobos e trazer à razão os indiferentes. Espero que os representantes dos partidos aceitem o convite e, desde já, a foto que tiraram com o Papa Francisco é fantástica. Gostaríamos de tirar mais fotos a debaterem na televisão.

Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

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