Por vezes de tanga da mãe e emprestado batom rosa, lambe-me as unhas e à boca. Purifica -me a língua com o fogo da saliva. Não, com o da vagina em meu pénis. A fingir timidez e safadeza.
A calcinha toda húmida, num tragar mecânico goteja-lhe sempre um liquido das pernas. Esbranquiçado. Como o teu. A de toda mulher excitada. Sem hesitar, fode comigo. Com o corpo. Com a língua. Com a boca e com a carne. Sem saber, ela fode consigo mesma. Eu, ando a te procurar por aí. A foda com a Rita é de solidão. Depois dela vem a bebida. A leitura. O rasgar das cartas que escrevo. E nada mais. Contigo é diferente, vem tudo. O poema. A luz. A vida. O amor. E mil cartas assinadas com o teu nome, paixão. Lume. Lua. Prazer.
Toda a nossa imprudência arde-me o corpo, o sangue e a mão. Eu a penetrar-te sangue adentro, nenhuma loucura alcança a profundeza do meu coração. Se não tu, a ser-me rainha. Sônia.
A bunda, os seios, as coxas da Rita sempre renovadas ao próximo encontro. A Rita sempre me espera à mais dozes. Eu te espero enquanto ela me espera. Ele se cansa, enerva -se e vai. Eu é que não me canso de te esperar. A Rita me eleva à masculinidade. Nem tudo tem de ser assim. O ego conta e muito. Mas nada nos vale sem o amor. Amor de mãe, filha, tia, esposa. Um desses que se pode incendiar -se na mão dos poetas.
A Rita tem nojo de ti. Contudo, a mando foder-se. - Paranóia sua Rita, digo. Com ela nego-te. Assim como me negas diante do Chico. Desse Chico. Que tem a cara de Rita. De todos cornos. Um namorado perfeito para a Rita. E não para ti. Porque a Rita não existe. E tu sim, existes para mim. Ser lua, a estrela que brinca no mar. Cega.
Quando ela vai. Volto a Bisbilhotar as nossas fotos. Cada uma com o seu momento. Um momento a sós. Na praia. No King Pie. Na sorveteria. Um outro de imaginar-te. De enamorar-te. De beijar-te. E Outro de mijar-te nas tripas. Num sexo sem pudor. Adubar-te. Jogar em ti a semente da vida. Chupar-te. E mandar-te calar a boca com um beijo com sémen.
J. Mocumbe