A Sexta-Feira em Moçambique é caracterizada por congestionamento nas cidades, há uma luta para se chegar primeiro à casa, aqueles que não têm viaturas próprias abandonam os postos de trabalho para fazerem ligações para que não possam viajar em pé. Os ladrões de carteiras e bolsas, os vulgos velocistas abundam nas paragens para tomarem tudo que estiver nos bolsos e mãos dos passageiros distraídos; nem falo dos cobradores com um atraso de quinze banhos, as moças vindas dos bairros rurais e dos lixos do Chamanculo, Xipamanine e Maxaquene vestem às prostitutas para tomarem de assalto tudo que é olhar excitado.
Mas o que me dá pena não são estas vadias de Chamanculo e muito menos de Maxaquene, mas sim jovens que gastam rios de dinheiro nas barracas, alegando que a Sexta-Feira é dia do homem...kkk, eis a excelente desculpa para muitos jovens se desfazerem das suas casas e pernoitarem em esquinas onde se venda a paladeresca tchilar e a idosa Mac Mahon. Sabem, muitos jovens têm gasto muito dinheiro quando chega a Sexta-Feira, abandonam as esposas e filhos para se petiscarem das carnes de porco e vaca, as suas amantes, as tais Marandzas consomem Savanas, enquanto isso a família vai sucumbindo com um "xiquento" de Uswa e carapau que de condimento só tem o caldo da Tia Lurdes, a ex-mantharinha do Bow.
A boa nesta história, é que enquanto estes jovens e madalas gastam dinheiro nas barracas, nós que não bebemos ficamos a substituí-los na cama, ensinamos todas as posições às suas esposas, que o diga o meu vizinho Cossa, que um dia destes quase me perseguiu pensando que eu fosse ladrão.
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Por Guilherme Manuel Chaúque.