Na minha imaginação. Antes que o tempo fosse tempo, já pensava em ti. Porque bem antes de te conhecer, pedi a Deus um ser cheio de virtude, e eis que em ti, encontrei o alegrar do meu coração, a reflexão da minha oração em meio a afeições.
Neste jogo, que é o amor, prefiro assistir a partida entre nossos corações, porque quero acreditar que sempre terminará num empate (ou do contrário, sairei perdendo, sem dúvida). Isso parece loucura, mas ao teu lado quero que o palpitar do meu coração seja mais e mais alto, para que mesmo sem voz, escutes o pulsar do sentimento que há em mim acerca de ti e de nós dois.
Não serei mais fiel a ti, mas sim ao sentimento que há em mim acerca de ti. Se tão loucamente não te amasse, tão pouco lucidamente te desejaria. A loucura desta paixão se confunde com a sanidade do amor, que cresce em nós e as verdades do meu coração se confundem com as mentiras dos seus olhos quando o seu semblante me parece não revelar sua verdadeira face.
Quero tanto me perder neste sentimento e ter a certeza de ao seu lado recobrar das cinzas.
Nas minhas aventuras por conta desde sentimento, descobri que essa tal de paixão, é na verdade uma grande sacrificada. Mas o facto de estar no feminino não significa que ela seja muito feminista. Para mim a paixão é como uma fénix que em física se desdobra sobre o seu próprio eixo. Bom, que os cientistas não me contestem.
Ora vejamos – os conhecedores da não muito acreditada cosmologia sentimental afirmam que a paixão gira em torno dela mesma – também é discutível, aceito. A paixão é um sentimento que existe desde sempre. É um dragão adormecido dentro de si e que se reanima quando alguém muito especial invade a vida da outra e/ou vice-versa. Deve ter sido esse bocado de quase nada que me remeteu à "fénix". Esse sentimento surge de lugar nenhum e dá vida a uma faísca fascinante as verdades menos verdadeiras; vivem-se momentos de grande tensão e outros de uma estranha e grande calmaria. E assim a vida corre, galga paços galopantes, dando a cada dia, a cada momento, espaço para um novo sentimento. O mais nobre de todos e também o mais perigoso (a quem assim considera). É isso mesmo! Falo do amor que não vou aqui tentar definir ou conceituar, pois grandes homens, filósofos de todos os tempos, magos da sabedoria na terra já o fizeram, ou ao menos tentaram fazê-lo. A única coisa que me parece certa, é que a paixão é um sentimento efémero que se alonga e se desdobra sobre ela própria.
Assim é a vida, a paixão e o amor...
Por: Calisto Moura