Seis (6) Poemas Eróticos de Damasceno Pereira, O Poeta Erótico


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I

Senta-se aqui nesta cadeira
Olhe para mim com aquele olhar provocante e erótico.
Agora diga-me, que posição de “Kamasutra” faremos hoje?
De que parte da nossa cama aninharemos nossos orgasmos?

Hoje quero ser um soldado sábio,
Que sabe manusear a tua arma.
Sabe meter as balas quando a munição acaba
E o mais importante de tudo, quero ser o soldado
Que sabe dar aquele tiro mortal que te faz gemer loucamente.
Quero ver aquela fumaça depois do tiro diluir os nossos corpos.

Vamos matar este bandido tesão que nos esfacela
Seremos criminosos, mas creio que valerá a pena
Definharmos na cadeia
Tira a tua blusa, levanta a tua saia
Joga tua calcinha numa praia distante
Vamos cometer um homicídio
Empresta-me a tua arma de carne
Quero meter minhas balas molhadas.

II

Deixe--me meter a mão na tua cartola
Sentir aquele calor libidinoso
Calor mágico de coelhos e clítoris

Deixe-me meter a minha varinha em (mágica)
No teu reino molhado
Primeiro vencerei com unhas e dentes
A bruxa malvada que é o teu sutiã

Depois rasgarei com minhas mãos
 A tua calcinha que era o segundo vilão do teu Reino
Derrotarei com lambidas no teu corpo
Todos os capangas da rainha malvada
Que proibiam a tua excitação

Terminada a guerra com os vilões do teu palácio
Devolver-te-ei o trono que te foi arrancado

Com ares de rainha
Sem calcinha sentarás na cadeira que está em mim
Reinaremos juntos no nosso reino molhado
E como terminam as estórias encantadas?

O rei e a rainha
Viverão felizes para sempre
Comendo-se em cada alvorecer da aurora

III

Nesta madrugada
Clara e fria
Quero comer-te à feijoada a dobrada
Prepararei a mesa
E te servirei no meu prato de vidro preferido
Começarei por sentir o sal fino do teu pescoço
Descendo para a cebola dos teus seios
O arroz branco e o feijão das tuas pernas
Por fim, terminarei com os teus lábios vaginais
Com sabor eterno de dobrada.


IV

Na escola
És a professora mais chata de geografia
Todos os alunos se amedrontam perante a ti
Os outros professores te vêem como um poço de santidade
O que eles não sabem é que ao anoitecer
Brincas de escrever a giz no quadro da minha cama
A minha frente despes a tua bata de professora
Mostras-me o sumário da tua calcinha.

O meu quarto é a única sala de aulas
Que dás aulas mais de noventa minutos
O meu quarto é a única sala de aulas que tu transpiras de verdade
O meu quarto é a única sala de aulas
Que ao invés de dares aulas de geografia
Mostras-me a região austral da tua vagina

Ah! Professora, essa tua região tem um clima tropical
Uma vegetação frondosa com florestas meramente fechadas
Não chove a trinta anos, mas as plantas que lá abundam não morrem

Que o sol gira em torno da terra, isso todo mundo sabe
Mas ninguém sabe que o meu pénis gira em torno da tua íntima esfera
Isso é segredo nosso, Professora!

V

Embriaguei--me
Acho que bebi-te demais
Minha cabeça está as voltas
Chupei demasiado da tua cevada
Amanhã, amanhã quero mais
Quero-te beber com mais tempo
Misturar-te com piripiri e carne de porco

Não me interessa o bafómetro
Quero beber-te até falar asneiras
Beber-te até ficar molhado de suor
Teu corpo tem a cerveja que gosto
Tua cerveja tem um esmalte raro

Não convido parentes
Não convido amigos
Quero acabar toda caixa sozinho
Quero embriagar, até engolir a tua espuma

Quero beber-te até cair
Se foda o meu fígado!
Se foda a minha lucidez!
Quero embriagar no silêncio do teu clítoris

VI

Quero ler-te
És o meu melhor livro de ficção
Com as minhas mãos quero folhear-te
Página por página até ficares excitada

Quero ler-te
Conhecer todas as personagens do teu romance
Das minhas leituras percebi
Que a tua vagina é a personagem principal
Dela se formam as emoções de toda narrativa
Quando ela se abre nenhuma análise semântico-literária
É capaz de descrevê-la
Somente eu posso comê-la

Tua boca cabulada de um batom vermelho
Teus lábios, esferas perfeitas no espaço da alma
São outros personagens que amei ao ler teu livro

Tua boca sem dúvida é uma vilã surpreendentemente gostosa
É uma das responsáveis pelo conflito das personagens
Teus seios, não são pessoas
São uma fonte de cura para os paus duros e amantes nocturnos
Da aldeia do Kamasutra

O fim deste teu livro de ficção
Não estava no próprio livro, mas em mim
Quando li-te sucumbi de tesão, morri de excitação
Então decidi comer o livro

Comecei por lambuzar a primeira personagem que é a tua boca
Desci para segunda que são os teus seios
Chupei-os com dedicação parágrafo por parágrafo
Como se fosse uma criança chupando um doce
Por fim cheguei à personagem principal
Meti a minha arma nela, disparei, disparei
Saíram espermatozóides ao invés de balas

Assim chegamos ao conflito
Chegamos ao orgasmo
Da nossa viagem literária de corpos


Sobre o Autor: Xisto Fernando nasce como  declamador na igreja Nossa Senhora Rainha da Paz no ano de 2017, quando apresentava uma peça teatral sobre a virgem Maria. No começo não escrevia, apenas declamava poemas de outros autores, até que em 2008 decide embarcar também no universo da escrita, começava assim uma jornada de declamação de poemas autorais em saraus e concursos de poesia. Volvidos alguns anos Xisto Fernando resolve criar um pseudónimo “Damasceno Pereira” este poeta que navega na poesia erótica. E diferente de Xisto Fernando, Damasceno Pereira nunca se apresentou em público, mas espera um dia fazê-lo.

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