Qual é o tamanho que elas preferem?

Qual é o tamanho que elas preferem?
Num dia de muito calor, resolvi descer da montanha moderna, que vulgarmente chamam de prédio, para me deliciar duma leitura romântica e cheia de aventuras, também aproveitar enriquecer o meu vocabulário linguístico. Sentei-me no jardim da moeda, debaixo de uma árvore toda acaciada, sozinho apenas com o meu livro.



Prestes a começar com a leitura, eis que olhei atentamente à rua e notei que o dia estava movimentado como as urnas do passado dia dez de Outubro, quando íamos eleger o ladrão que nos roubaria sem levantar a bandeira da perigosidade.

Com este sol até o bacalhau reclamaria, porque deixaria de secar e passaria a cozer. Olho a direita e vejo as minhas vizinhas, aquelas fofoqueiras, daí lembrei-me que nada mudará com a presença delas, não sou banco de notícias, logo não teriam nada para fofocar sobre mim.

Arregacei as mangas da minha camisa e desabotoei-a para o ar me penetrar bem. Sobre as fofoqueiras, disse o meu Pai, que a mulher é uma equação matemática difícil de resolver, quando um dia lhe perguntei porque é que algumas mulheres se preocupam tanto com a vida alheia, andam a tzindzavar por ai tudo que fazes e vives. Então a partir daquele dia decidi estudar o comportamento da mulher, seus pensamentos, sonhos, hobbies, tamanhos, volumes, desejosos, áreas de profissão que mais preferem, até o ápice da sua maior loucura erótica e só descobri que a forma mais fácil de entende-las é ouvi-las não ouvindo nada.



Aqui na minha quebrada os automóveis emergem disparando das ruas estreitas e esburacadas. Há tantos buracos de tamanhos invejáveis, os carros ao passar dos dias, vão violando os buracos de tamanho normal, até ao ponto serem ingentes e assustadores, os carros pequenos cabem nesses buracos; já os monstros, não importa a circunstância, só passam por cima, independente do tamanho e do apetite da aceleração do condutor, a reacção é espontânea talvez por terem o sangue ligeiramente alcoolizado pela famosa e poderosa bebida - IMPALA.

As titias conversavam na maior inocência e gritavam, ou por outra, falavam muito alto, pareciam até que estavam bêbadas, o assunto era o tamanho preferido de cada uma delas.
Nada está claro até hoje, desde que ouvi aquelas titias a debaterem sobre seus tamanhos preferidos. Elas estavam reunidas à moda antiga a cederem-se conhecimentos sobre a vida alheia e experiências pessoais. Aquela conversa trepou os meus ouvidos e sobressaltou-me de curiosidade, até que de repente a mais baixinha e rabuda disse:
- Não importa o tamanho do fio, o importante mesmo é a magia que ele faz.
A titia Andréia prosseguiu respondendo:
- Nem sempre é assim, para mim o tamanho é importante sim!!
- Estudem bem a topografia, os ângulos e azimutes facilitarão no manuseio e movimentos das coisas com um dado tamanho - disse a tia Ascência.
- Na minha opinião senhoras, tamanho é tamanho mas não basta só ter, é preciso saber usar todos os centímetros que compõe este tamanho. - Disse a tia Julieta.


- Eu vejo tudo na perspectiva matemática. Não importa o tamanho da equação, nem as inúmeras incógnitas que a compõe, o importante é encontrar o número que a satisfaz para achar o resultado. - Comentou a tia Celeste que por sinal era professora de matemática.
A Érica que estava só a observar desde o inicio do debate, atenta que parecia formular uma boa opinião para animar ainda mais a conversa, já farta de ouvir opiniões, eis que diz:
- Amigas, tamanho é só tamanho, concordo plenamente com a Celeste, quando dizia que é preciso saber usar e não só, é preciso também acertar com destreza nas posições ao fazermos os modelos que nos satisfazem na hora de aplicar. Amigas, isto ajuda muito para a nossa auto estima e auto poder de escolher o que quisermos quando o assunto são extensões, esses cabelos apesar de serem importados, nos tornam mais bonitas, sexy, atraentes e apetitosas para os nossos maridos lá em casa. Que tal se passarmos esse final de ano com os nossos maridos bem bonitas, hamm amigas?
- Sim tens razão. Riram-se em uníssono. E eu continuei a ler o meu livro porque o assunto não me competia.



Richard Priminta
Todos direitos reservados

Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem