Poemas da Independência dependente - por Arcelio Alfredo Zitha


Poemas da Independência dependente - por Arcelio Alfredo Zitha
Independence


(1) Viva a liberdade

Meus irmãos a guerra acabou

Não mais haverá barris de sangue
O medo ao nosso redor desabou
Podemos agora dizer sim à liberdade
.

.

Olhando no semblante de cada um
O sorriso que o sol nos brinda
É mais esperança e mais vida
Para viver, longe do cano das armas

.
.
Meus irmãos a liberdade chegou

A paz veio para fixar em nós sua moradia
E poderemos assim gozar a luz do dia
A fraternidade que nos visitou

.
.
Tirem dos vossos olhares as lágrimas

Apaguem das vossas memórias o ódio
Hoje é tempo de colher novas vindimas
Unidos somos mais fortes

.
.
Estou ao pé da praça, posso ver

Crianças fluírem todas alegres
Cidadãos a sonhar com novo viver
Porque agora meu nome é liberdade
.

.

Eu posso sentir na brisa do mar
Ao toque do vento, pássaros a chilrear
Soldados armas a sepultar
Porque agora, não precisamos de lutar
.

.

Viva a liberdade, viva a paz, que assim seja
Sem vítimas, mais vida, mais esperança
Unidos, irmãos da mesma casa
O sol nasceu mais sorridente, veja-o.

.
.
Irmãos, vamos viver a vida

Sem guerra, sem vítimas, mais vida
E mais esperança para prosperar
Unidos irmãos da mesma casa
Em coro gritemos:
Viva a liberdade, viva a paz! 




(2) Independência dependente

Que tambores ousaram hoje a batucar 

Timbrando em nossos tímpanos a liberdade?
Se No nosso seio o que se ouve é o roncar
Das nossas almas que carecem de tranquilidade!

.
.
O sol invernal de junho, dedilha-nos a pele

Impõe-nos a palidez da insuperável pobreza 
Que aos poucos se torna nossa nobreza
.

.

Silenciem os tambores, os batuques e os xigubos
Pelo menos a nossa morte merece descansar
Em um minuto do profundo silêncio
.

.

E que liberdade os sinos estão a anunciar? 
Se os direitos são congelados em um pedaço de madeira
E a corrupção e o crime fazem parte da matéria
Onde matar é aplaudido e educar é acabrunhado
.

.

E de que independência hoje se fala
Se no norte do nosso País, vidas de inocentes
Estão na mira dos canos das Armas
E são aniquilada?
.

.

Se estamos livres eu não sei (···)
Ou se estamos independentes também não sei
Se é que há liberdade, então é condicional
E se há independência esta é muito dependente.



Feliz dia da Independência dependente
Autor: Arcelio Alfredo Zitha

Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem