Cinco Inesquecíveis Poemas de Lizete Sitoe


Poesia cósmica


Não me pergunte para onde foi o amor que brotou do caos;
Os ciclos que sustentavam o nosso amor
Como os que sustentam a terra;
As brigas têm sido giros sem voltas
Como tem feito o sol para com a terra;
.
.
Cansei de me mover para manter a rotação dessa relação;
Enquanto ficas fixo esperando a amanhecer e anoitecer,
O que fazes por nós?
.
.
Vai com o seu verde das árvores
Meu ar, leve o junto
Minha atmosfera que me protege da radiação cósmica;
.
.
Vai, evapore
Forme nuvens para quem hoje é o teu querido céu;
Mas não te esqueças
Tu voltarás como chuva
Chorando e gritando.



Não te causes stress


Não me procure, perdi a alma e o coração.
Já não acredito no amor e prefiro o barulho do seu silêncio;
Parti para longe de tudo que me faz mal.
Não me pergunte nada, emprestei-me ao mundo, não sei quando voltarei.
Fui e se não voltar, não se preocupe porque estarei só esperando a morte;
Se voltar, estarei morta e provavelmente no caixão da carência, não me receba, não te causes stress, já algum tempo que me perdi.

 

Globalização


Já não basta o sangue nosso derramado?
Sou a voz que clama no deserto,
Libertem o meu povo.
Não queremos as asas que nos cortaram,
Nem o limbo que nos trouxeram;

Testa por testa se quiserem,
Deixem-nos curvados aos nossos ancestrais,
Dançando Mapico,
Saboreando a deliciosa Nyangana;

Mesmo sem as asas que nos cortaram,
Com o limbo que nos trouxeram;
Depois chamam-nos pretos,
E esquecem que somos pretos, sim.
Somos pretos.

Pretos da cor do carvão,
Do carvão da nossa terra,
Terra rica de cultura;
Somos pretos.

Pretos da cor do povo,
Povo preto da minha terra,
Terra rica de cultura;

Sou a voz que clama no deserto,
Libertem o meu povo;
Não nos matem com o samba e o bacalhau...
Não nos corrompem com as vossas vestes. Pobre capulana.
Já não basta o sangue nosso derramado?
Agora a moda, o som, o paladar?



Mulher


Sou uma mulher moçambicana;
Que trabalha com rimas forçadas.
Trago comigo a capulana;
E no ventre crianças abençoadas;

A minha luta que até hoje permanece;
Tenho lutado contra o que acontece,
Corrupção e forças de opressão.

Sou uma mulher moçambicana que de colonização não se veste;
Mulher que vaga do leste à oeste,
A procura do que preste.

Sou uma mulher moçambicana que trabalha com rimas forçadas;
Versos que retratam o meu rosto cansado,
Poemas sem fim são palavras que nunca murcharão.



Poesia Malthus


Estão todos vazios
Diferindo o pão do meu país.
Antes os oficiais
Que não fazem nada mas mais que não fazer nada,
Não nos deixam fazer.
.
.
Por que não gerar pão
Que não se faz no lençol?
Trancar todos os quartos,
Abraçar os anticonceptivos,
Abandonar o "não" que tarda o progresso?
.
.
Por que não gerar pão?
Que não se faz no lençol?
Ressuscitar junto com a poesia
Malthusiarmos!
Rogar guerra sem pudor;
Desejar cheias com furor;
Pelo bem do nosso país
À Deus, adeus.
Reduzir tudo isto,
Isto, crescimento populacional
.
.
Então o pão da padaria vai caber para os nossos filhos,
Nossas filhas vão engordar,
Os que mbuyhavam na bicha serão os primeiros,
O nosso sorriso será coberto da maravilhosa matapa  ...


Lizete Sitoe


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Cinco Poemas de Lizete Sitoe
Lizete Sitoe


Lizete Sitoe

Lizete António Sitoe, nasceu na capital de Moçambique, cidade de Maputo, antiga Lourenço Marques aos 26 de janeiro de 1998. É estudante de técnico aduaneiro, poetisa, declamadora, amante da psicologia, professora nas escolas dominicais da igreja evangélica assembleia de Deus, onde tornou-se Cristã e foi baptizada.


Escrevia poemas desde a sua infância e começou a declamar no ano 2015 especialmente para a sua Mãe, em seguida na sua instituição e com o tempo foi se expondo nos saraus de poesia, nas Rádio e tv's e foi vencedora em vários concursos de poesia na sua instituição. Em 2016 participou em certos eventos de moda, como estátua humana e em 2017 tornou-se membro da associação Nkaringana Arte e coordenadora de eventos na associação Fénix e iniciou um movimento "pequeninos de Jesus " em seu centro dominical.
Fernando Absalão Chaúque

Professor, escritor, poeta e blogueiro. Licenciado em Ensino da Lingua Inglesa. Autor de ''Âncora no ventre do tempo'' (2019) e co-autor de ''Barca Oblonga'' (2022).

5 Comentários

  1. Pois ela têm um bom pontecial, e uma carreira promissora!

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  2. Pois ela têm um bom pontecial, e uma carreira promissora!

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  3. Pois ela têm um bom pontecial, e uma carreira promissora!

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  4. A força motriz da sua arte está desenhada na sua alma
    Seus desejo está desenhado no coração das suas emoções
    Em versos e estrofes deduzidos pelos seus falangetes

    Ndza bayeta

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  5. Tens muito potencial Lizy vais longe sim, faltou um Tautoindr...voces da Fenix melhor sabem redigir isso

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