Depois de um século de espera naquele
portão da Universidade, Sebastian finalmente viu alguns vestígios da Mândia. A
cada passo que ela concedia ao chão em direcção aos seus olhos, suas pancadas
cardíacas equiparavam-se à velocidade de um Falcão peregrino devido a tanta
ansiedade que habitava em si. Sebastian já estava muito nervoso e mal conseguia
contemplar e resfolgar o ânimo.
Quando de perto sentiu o perfume da
Mândia, suspirou e orou rapidamente inconsciente umas quatro vezes adentrando
nele, um pedido Ao Seu Deus Poderoso para que enviasse anjos dos Céus e
iluminasse de forma astronómica as suas palavras, pois sabia que naquele
momento, só Deus poderia dar-lhe coragem para fazer aquele pedido.
— Oi! Mândia, por favor, dá-me um
minuto do seu precioso tempo! Preciso dizer algo sobre nós.
— Hum, que história é essa de nós? -
Refutou Mândia, sem pelo menos dizer um "oi".
— Ah! Faz uma época cheia de lágrimas
que almejo sentar ao teu lado e esvaziar para si, sobejos sentimentais que
permeiam as minhas entranhas. Neste sábado, ninguém estará em minha casa e
podemos aproveitar para conversar sobre nós; é um lugar calmo e sem
interferências das pessoas. - Aludiu Sebastian com um sorriso arrepiante.
— Perdão Sebastian, mas o tempo
tornou-se um recurso escasso para mim, já não o tenho ultimamente e, neste
final de semana agendei um compromisso inadiável com as colegas da Faculdade.
Acho que não seria um problema falar agora, o que tenciona revelar no sábado em
sua casa, pois não? Penso que não mudará absolutamente nada.
— Apetecia-me conversar num sítio mais
empolgante, mas está tudo bem. Farei questão de dizer aqui e agora. — Mândia,
sou apaixonado por ti desde que esta terra viu-me nascer. Colônia de vezes tentei
dizer isso em silêncio, mas seu coração simplesmente não entendeu a linguagem
do amor produzida pelo silêncio, por outro lado, faltou-me um pedaço de coragem
nos lábios… — Quer namorar comigo? Pediu Sebastian.
— Sabe meu bem, você é um menino muito
formoso, adoro seus olhos lindos dilatados em cristais, lábios entagerinados de suco que me apetecem
mordê-los sempre que te vejo, estar ao teu lado é a coisa mais fascinante do
universo, amo de forma industrial a sua pessoa e admito que nenhuma mulher diria
um” não “ao seu pedido de namoro, penso em ti em todo nascer e pôr-do-sol, mas
nunca imaginei que fosse estar por mim apaixonado.
— Então, você quer namorar comigo,
Mândia? – Interrogou Sebastian com um sorriso convincente aproximando-se como
pretendia dar um beijo.
— Querido! Não acredito mais no amor e
nos homens, são todos iguais e não quero mais sofrer por causa destes
imprestáveis. Cansei-me de decepção e prefiro ficar sozinha preparando o meu
coração para uma relação daqui a algum tempo, pois a última relação foi um
acidente que me destruiu por absoluto. Sebastian, você vai encontrar alguém
especial e com boas qualidades que se encaixe em seu perfil. Fique bem. - Disse
Mândia enquanto demarcava alguns passos da sua ida.
— Mândia, não vá. Amo-te mais que tudo
na vida e podemos vencer o seu passado sombrio, retirar esse medo que vive em
suas vísceras, ambiciono rejuvenescer o teu presente e recauchutar-lhe de
presentes de amor no seu futuro.
— Sebastian, não estrague a amizade
que construímos por muito tempo. Você vai encontrar uma pessoa com qualidades
que se encaixe perfeitamente em seu perfil. Ainda quero ser tua amiga para
sempre. Está na minha hora de ir, pois tenho muitas coisas por fazer. Fique
bem!
*Dez Meses Depois*
Ela já estava cansada de tantas noites
pensativas e sem prazer nocturnos. Por muito tempo viu o nascer do sol com os
olhos acesos de lágrimas e rosto molhado de arrependimentos que desaguavam na
solidão do ontem. Quando terminou a aula de Psicologia Geral, daquela
sexta-feira salpicada de calor, ela correu para falar com Sebastian no átrio da
Faculdade. Ela estava inquieta e com extrema vontade de desistir , mas a
coragem falava mais alto.
Suspirou e orou umas cinco vezes
adentrando nela, um pedindo ao Seu Deus misericordioso para que enviasse um
batalhão de anjos iluminassem suas palavras, pois sabia que só Deus poderia
dar-lhe a coragem para recorrer ao prejuízo derramado.
— Oi Sebastian, dá-me só um minuto do
seu precioso tempo? Preciso dizer algo sobre nós.
— Hum, Mândia! Que história é essa de
nós? – Questionou Sebastian com uma cara cheia de espantos.
— Ah! Faz um tempo cheio de lágrimas
que almejo esvaziar para si alguns sobejos sentimentais que permeiam as minhas
entranhas. Sebastian, neste sábado, ninguém estará em minha casa e quero
aproveitar para conversar contigo; minha casa é um lugar calmo e sem
interferências de pessoas. - Referiu Mândia com um sorriso cálido.
— Perdão Mândia, o tempo tornou-se um
recurso raro para mim, já não o tenho ultimamente e, neste final de semana
agendei um compromisso inadiável com as colegas da Faculdade. Acho que não
seria um problema para si em dizer agora o que arquitecta dizer no sábado.
Acredito que não fará diferença alguma.
— Meu Sebastian, somos apaixonados um
por outro. Esmagadora de vezes tentei dizer isso em silêncio, mas seu coração
sobriamente não compreendeu. Por outro lado, faltou-me um átomo de coragem para
aceitar o seu pedido de namoro e, na altura não estava arranjada para uma nova
relação. Você aceita namorar comigo?
— Sabe meu bem, você é uma menina
muito formosa, adoro seus olhos lindos dilatados em cristais, estar ao teu lado
é a coisa mais fascinante do universo, amo de forma industrial à sua pessoa e
admito que nenhum homem diria um” não “ao seu pedido de namoro, mas o tempo
passou e as coisas mudaram e tenho a convicção de que você vai encontrar alguém
peculiar e com atributos que se encaixem em teu perfil. Fique bem…
— Sebastian! Não vá, eu amo-te mais
que tudo na vida e juntos podemos voltar ao passado, florescer o presente e
sermos felizes no futuro que só eu posso dar-te. Suplico-te, dá-me apenas uma
chance…
— Mândia, não estrague esta brilhante
amizade que construímos por muito tempo. Você vai encontrar uma pessoa com
qualidades que se encaixe perfeitamente em seu perfil. Ainda quero ser teu
amigo para sempre. Olha tenho que ir, pois tenho muita coisa por fazer. Beijos
e fique bem!
Dói nem ? Tomar seu próprio veneno.
Autor: Meque Raul Samboco