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A
saída repentina de Robert Mugabe do poder foi celebrada dentro e fora do
território zimbabueano. A expectativa alimenta o povo que, há 37 anos aguarda
por uma sociedade relativamente igualitária. Ninguém consegue medir a euforia
dos zimbabweanos. Alguns referem que, “ A SAÍDA DO MUGABE É A SEGUNDA
INDEPENDÊNCIA DE ZIMBÁBUE”. Agora há espaço para emitir opinião e caminhar num
à-vontade. As mulheres exibem vestidos que ostentam a bandeira nacional. Os
homens abraçam as suas esposas como se tivessem se conhecido há uma semana.
Está-se compondo novas músicas que servirão como hinos da revolução. O mês de
Novembro será marcante na história de Zimbabué. Há quem sonha com novas
infra-estruturas para expandir os serviços básicos.
O momento é festivo. Enquanto se
espera pelos novos hinos revolucionários, há quem se recusa a entoar o hino
nacional para evitar a todo custo repetir: “ WE PRAISE OUR HERO'S SACRIFICE”.
A segunda independência tirou
Mugabe do poder soberano. Mas será que Emmerson Mnangagwa poderá restaurar a
economia? Será que poderá deliberar que homossexuais também se sintam em casa?
Aceitará as SexWorkers’? Urge um talvez Zimbabweano!
Ouvi em algures que “Quem insiste em ser
um herói será lembrado como melhor hipócrita da pátria”. Mugabe tentou ser
herói.
O que devemos esperar do Emmerson
Mnangagwa? Há quem diz que ele deve olhar-se ao espelho e esquecer que foi
confidente de Mugabe. Diz-se ainda que deve aprender dos erros do
ex-confidente.
O talvez zimbabweano recua e volta, recua e volta. Trata-se de
pessoas diferentes, mas nascidos no mesmo campo político. À semelhança de
Moçambique (FRELIMO), ZANU-PF considera-se libertador da pátria, será que este partido aceitará
reformas internas, caso haja necessidade? O talvez zimbabweano soa apenas nos
ouvidos dos cidadãos informados.
Os Académicos, em particular
sugerem uma reforma constitucional urgente de modo a eliminar algumas políticas
que tornavam Zimbabué num país impenetrável.
Insiste-se na política de “ portas abertas” para que haja mais investimento
estrangeiro. “ Vivemos na era da globalização. Quem se isola morre à fome”.
Os intelectuais mais cépticos
suplicam que se ore pelo Zimbabué. Até que ponto um intelectual pediria aos
zimbabweanos para orar? Uma pessoa doente não precisa apenas de consolo.
Precisa de cura para a sua doença. Esse talvez é útil porque ressuscitou um
sonho desmoronado. Mas é preciso ser vigilante para não cair no mesmo erro.
Assinante: ABMAZ
MANZINE
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