A Critica Literária

 A CRÍTICA LITERÁRIA


A Critica Literária


A crítica literária é literalmente milenar. Temos lutado ao longo da nossa história para compreender a arte, especialmente a arte literária. Desde Aristóteles até a Nova Crítica, com a grande influência de movimentos como a Teoria Crítica no meio, questionamos e damos respostas ao como criticar a literatura.


A crítica literária: Aristóteles e Longino

1. Aristóteles sobre a crítica literária

Aristóteles é considerado uma das figuras mais influentes na crítica literária. Na sua “Poética”, ele lança as suas ideias sobre a natureza da tragédia, da poesia épica e da comédia.

Uma das ideias-chave de Aristóteles é que a tragédia deve ter como objectivo evocar sentimentos de medo e piedade na audiência. Ele acreditava que estas emoções levavam a uma libertação catártica, permitindo que a audiência se purificasse dos sentimentos negativos. Por isso que acreditava que a tragédia deveria ser uma representação de acções sérias, em vez de acções triviais ou insignificantes. E que a trama de uma tragédia deveria ser composta por uma série de acontecimentos que estão ligados por uma espécie de causa e efeito, e que o herói trágico deveria ser uma pessoa de carácter nobre que comete um erro trágico, ou hamartia (erro cometido pelo protagonista de uma tragédia, que origina a peripécia; erro trágico), que leva à sua ruína.

Aristóteles também escreveu sobre poesia épica na sua “Poética”. Ele acreditava que a poesia épica deveria ser grande em escala e lidar com grandes e heróicas acções.

Ele também compreendia que a poesia épica deveria ser escrita num estilo digno e elevado, e que deveria ser usada para educar e instruir o público.

Finalmente, Aristóteles discutiu a comédia no seu livro “Poética”, tendo exposto que a comédia deveria ser usada para evocar sentimentos de prazer e diversão na audiência, e que também deveria ser uma representação de baixo de acções ridículas. Assim, para ele, a comédia deveria ser usada para criticar e satirizar os vícios e as loucuras da humanidade.

Em suma, as ideias de Aristóteles sobre a crítica literária centraram-se no impacto emocional da literatura no público, na importância do desenvolvimento da trama e do carácter, na utilização da literatura para fins educativos e de instrução. As suas ideias têm tido um impacto duradouro na crítica literária e continuam a ser estudadas e debatidas pelos estudiosos dos nossos dias.


2. Longino sobre a crítica literária

Longino, um antigo crítico literário grego, escreveu um tratado sobre crítica literária intitulado “Sobre o Sublime”. Nesta obra, Longino enfatiza a importância da capacidade do escritor para alcançar “o sublime”, um nível de excelência na escrita que evoca emoções fortes e um sentido de admiração no leitor. Argumenta que o sublime pode ser encontrado tanto na poesia como na prosa, e que não está limitado a um género ou estilo específico de escrita.

Longino define o sublime como uma “grandeza de estilo” que é alcançada através do uso de certos dispositivos literários, tais como metáforas, símile e hipérbole. Para ele, estes dispositivos podem ser utilizados para criar um sentido de grandeza e majestade na escrita, o que pode evocar emoções fortes no leitor. Ele também enfatiza a importância da capacidade do escritor de transmitir as suas próprias emoções e paixões através da sua escrita, pois isto pode acrescentar profundidade e autenticidade ao texto.

Longino também sublinha a importância da capacidade do escritor de utilizar a linguagem de uma forma eficaz e poderosa. Argumenta que o uso de linguagem figurativa, como metáfora e símile, pode ajudar a criar uma sensação de vividez e imediatismo na escrita, o que pode tornar o texto mais cativante e memorável para o leitor. Observa também que o uso da linguagem figurativa pode ajudar a transmitir ideias e emoções complexas de uma forma mais sucinta e acessível.

Para além da utilização de dispositivos literários, Longino também enfatiza a importância da capacidade do escritor de transmitir um sentido de unidade e coerência na sua escrita. Nisso, o escritor deve esforçar-se por criar um sentido de unidade entre os diferentes elementos do texto, tais como o enredo, as personagens e os temas. Salienta também a importância da capacidade do escritor de transmitir um sentido de coerência na sua escrita, assegurando que os diferentes elementos do texto estejam ligados e fluam sem problemas.

Longino aborda também sobre a importância da capacidade do escritor para criar um sentido de ritmo e harmonia na sua escrita. Argumenta que a utilização de ritmo e metro na poesia pode ajudar a criar um sentido de musicalidade e harmonia no texto, o que pode tornar o texto mais agradável e memorável para o leitor. Outrossim, o uso de ritmo e metro em prosa pode ajudar a criar um sentido de fluidez e continuidade no texto, o que pode tornar o texto mais cativante e fácil de ler.

Em conclusão, o tratado de Longino sobre a crítica literária sublinha a importância da capacidade do escritor para alcançar “o sublime” na sua escrita. Ele aponta para a importância do uso de dispositivos literários, tais como metáforas e símile, para criar um sentido de grandeza e majestade na escrita. Ele também destaca a importância da capacidade do escritor de transmitir as suas próprias emoções e paixões através da sua escrita, bem como a importância do uso da linguagem de uma forma eficaz e poderosa.

Além disso, salienta a importância da capacidade do escritor para criar um sentido de unidade, coerência, ritmo, e harmonia na sua escrita. As ideias de Longino sobre a crítica literária continuam a ser influentes no campo dos estudos literários nos dias de hoje.


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Título: A crítica literária

Título original: Literary criticism

Autor: The philosophy room (https://www.facebook.com/philroomkhi

Tradução: Daúde Amade

Revisão: Fernando Absalão Chaúque




Leia a segunda parte:  A crítica literária: Estudos culturais e Estruturalismo


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