COVID-19 - Inferno em Miniatura?




COVID 19 - Inferno em Miniatura
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A humanidade está a atravessar um dos piores momentos de sempre. São tempos difíceis para todos. Mais do que nunca precisamos evitar a rua e o contacto humano, para contermos a propagação da pandemia. É uma situação atemporal, mas não deixemos o medo vencer as nossas mentes. Resgatemos a nossa esperança, mas nunca deixemos a dor moldar o nosso futuro que augura˗se risonho. Resgatemos a bravura no meio do nosso próprio medo. Citando Fernando Pessoa diríamos, ˝fecha a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é˝.

O pós pandemia é uma incógnita. Porém há uma verdade irrefutável, o mundo jamais voltará a ser o mesmo. Quem diria que em momento algum, um inimigo minúsculo e invisível pudesse paralisar o mundo? Ninguém confia em ninguém. Desconfiamos até da nossa própria sombra. Nunca havíamos imaginado que qualquer dia, um pai pudesse inibir um abraço quente e sincero dos filhos e o sempre tão ansiado beijo da esposa, ao chegar a casa após um dia cheio do trabalho, com um frio e rude stop, mesmo morrendo de saudades. Este parasita roubou˗nos a liberdade, a paz do espírito. Deixou˗nos órfãos do abraço, do beijo, e até do culto.


Sim, até o Domingo de Ramos e a Sexta-feira Santa, foram passados em confinamento no aconchego dos nossos lares. A pirâmide está invertida. Estamos inibidos de visitar os nossos pais, irmãos, filhos, familiares, amigos, e os demais. Era uma vez o teatro do Gungu, os Saraus na Fundação Fernando Couto, ler um bom livro no Instituto Camões, a música ao Vivo do Gil Vicente, a vibração nocturna no Matchedje, no opium, as curtições na Ponta da Ouro, Macaneta, Bilene, Tofo, Vilanculos, Wimbe, Lago Niassa, sem esquecer a espetada do Bar dos Amigos, a cerveja 3/100 do Mutchope, a carne de Porco de Inhagoia, o rabo de vaca do Mercado do Povo, a Magumba do Costa do Sol, entre outras tantas delícias da nossa mãe pérola; o bom copo da 2M ou Txilar com a malta nas Barracas de Malhazine, da Manduca, Fomento, Patrice, Matendene, Pulmão, Museu, Estrela, Xipamanine, Xikhelene, Zimpeto, Malhampsene, T3, Massinguitane, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Indico.
Sentimos saudades do xitiki, do social com os colegas do job, a peladinha do final de semana, a bola indígena do moçambola, da champions league, das nossas samurais. Moçambicano é boémio por natureza, adora uma boa praia, um ambiente divertido com música a mistura.



O 7 de Abril foi comemorado, sem brilho nem pompa, as ruas estavam sem o habitual colorido. Terão as nossas madodas se recolhido à sua insignificância? Nunca, e jamais, pois as mulheres são as flores que nunca murcham, e como tropas por excelência, sabem que é necessário recuar quando perdemos a batalha e tomar uma nova posição para aniquilar o inimigo em definitivo.
Vai bailando criatura sem piedade. Corona, tu és pior que SIDA, sim a máscara é pior que o preservativo. Reza o ditado que o primeiro milho é para pardais, a cada dia que passa, são decifrados os seus enigmas, são desvendadas as suas mesquinhices, fortificados os mecanismos de defesa, para fazer face às suas rasteiradas. Compatriota o nosso inimigo comum é invisível, mas não é invencível. Arregacemos as mangas, mãos à obra, unidos e focados, acatemos as orientações dos profissionais de saúde. A liberdade é fundamental, porém a libertinagem pode nos ser fatal. Principalmente por sermos o País que somos. A reincidência, têm dizimado nações industrializadas e com sistema de saúde de ponta. A quarentena e o isolamento social são a varinha mágica para a nossa salvação. Evitemos ficar em aglomerados populacionais, usemos as máscaras nos transportes semi˗colectivos e supermercados, desinfectemos as nossas mãos e tudo em nosso redor, seguindo à risca as regras de prevenção propaladas pelos Mass Media, pois só assim, preservaremos a nossa saúde e a dos que nos rodeiam.
Exerçamos com sabedoria a cidadania, resgatemos a família, confinemo-˗nos em casa hoje, perspectivando um amanhã seguro e risonho. Adiemos o abraço que nos faz imensa falta, idealizando um abraço inteligente e responsável. A melhor forma de combater a pneumonia viral é a prevenção. Reinventemo˗nos pois o isolamento social não passa da distancia física, certamente estaremos juntos virtualmente e mentalmente. Como diria o Presidente Chissano, é melhor viver hoje, para a posterior conviver ou por outras - adiemos a nossa harmoniosa convivência para salvaguardar a nossa sobrevivência. Covid não é nenhum filme de ficção, é real. Os supermen não passam de campeões de audiência em telões universais. Se não mudarmos de comportamento a novela Covid não terá um narrador que seja para contar as suas peripécias na primeira pessoa. Parafraseando a minha finada avó termino dizendo, as vezes os cobardes se tornam em verdadeiros heróis e os valentes em campeões da estupidez. A Vida é um ˝, escolha entre ser o vencedor ou o vencido.

Minyetani Khossa



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